Montagem com imagens de @officialsslazio e @officialasromaLazio x Roma se enfrentam neste domingo (21), às 7h30 de Brasília
Duas vezes por temporada, a capital italiana para por um grande propósito: o grande clássico da cidade. Considerado uma das maiores rivalidades do mundo, não só dentro de campo, Lazio e Roma se enfrentam neste domingo, às 7h30 (de Brasília), no Estádio Olímpico de Roma, pela 4ª rodada da liga nacional. ESPN e Disney+ transmitem ao vivo.
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A animosidade entre os clubes está diretamente relacionada às questões que fogem das quatro linhas. O contexto social e político de Roma ajudam a entender os motivos para os rivais enxergarem um ao outro como verdadeiros inimigos, que reflete inclusive no posicionamento de cada torcida no estádio que dividem.
Torcidas formadas a partir da divisão social
Os adeptos possuem um forte laço de pertencimento e identidade com as equipes, que vão além das fortes cores de cada um. Conhecida como “giallorossi” (vermelho e amarelo), os da Roma são em sua maioria considerados populares, já que moram no subúrbio da capital. Já o “biancocelesti” (azul e branco), tem grande parte dos torcedores concentrada nos bairros de maior concentração do capital.
Essa distinção se reflete inclusive nos setores que cada torcida utiliza no Estádio Olímpico da cidade: a Curva Nord, ocupada pela Lazio, faz referência ao norte da Itália, sendo historicamente a parte mais desenvolvida na parte financeira e industrial. Já a Curva Sud, tomada pela Roma, está ligada ao sul do país, reconhecida pelo subdesenvolvimento econômico e, consequentemente, pelo preconceito social.
Opositores nas questões políticas
A Itália foi o grande berço do fascismo — movimento criado por Benito Mussolini, em 1919. A Lazio historicamente tem forte ligação à esta ideologia até hoje. Não à toa, parte dos torcedores são contra a contratação de jogadores judeus ou negros para equipe.
Diante do pensamento autoritário e ultrarradical dos adversários, os adeptos da Roma, ao protestarem contra isso, passaram a ser vistos como uma oposição aos ideais fascistas do grande rival. Formado em sua grande parte por trabalhadores urbanos e pela classe operária, a identidade do clube está diretamente ligada à participação popular.
Ao longo dos anos, diversas manifestações ultra radicais proporcionadas pela torcida da Lazio geraram revolta não só dentre os torcedores da Roma, como em outros países e até continentes. Não à toa, o clube coleciona punições, principalmente por práticas racistas, nos últimos tempos. Mas duas ocasiões, ambas, se destacaram negativamente no meio de tantos casos.
Histórico fora das quatro linhas
Em um dérbi da capital na temporada 1998/99, os Ultras do biancocelesti estenderam uma faixa com a seguinte frase: “Auschwitz vossa Pátria, os fornos nossa casa”. Quase 20 anos depois, outra manifestação chamou atenção, com torcedores do clube usando uma foto de Anne Frank — adolescente judia vítima do holocausto —, em que ela vestia uma camisa da Roma, contendo insultos antissemitas, durante partida contra o Cagliari.
Essas questões sempre fazem com que o clássico de Roma gere temor de violência. Neste domingo, a preocupação é ainda maior. Isso porque torcidas organizadas estrangeiras aliadas dos ùltras italianos estarão na capital para, na visão de autoridades, buscar confronto. O confronto acontecer na hora do almoço no país foi pensado justamente para diminuir as chances de violência.
Lazio x Roma sempre gera temor de violência. Neste domingo (7h30 no Disney+), ainda mais, pois torcidas organizadas estrangeiras aliadas dos ùltras italianos estarão na capital para, na visão de autoridades, buscar confronto. Eis a arte da Gazzetta mostrando quais são os grupos: pic.twitter.com/4r62NWxw73
— Gian Oddi (@gianoddi) September 19, 2025
O embate entre Lazio e Roma é só um dos diferentes exemplos que deixam claro que o futebol, como movimento sócio-cultural, está diretamente ligado à questões que fogem do campo e bola. A mistura entre esporte e política ajudam a entender como diversas rivalidades surgiram e cresceram no esporte, ao longo do anos, e ainda dão um “tempero a mais” para elas.
Fonte: ESPORTE.IG.COM.BR