Integrando o grupo prioritário do plano nacional de imunização contra a COVID-19, as comunidades indígenas ainda apresentam certo receio no momento de receber a aplicação da vacina.
De acordo com a Analista Técnica de Políticas Sociais do Distrito Sanitário Especial Indígena – DSEI, Suelen Resende, assim como a população em geral, uma grande parte da população indígena vem recusando a vacinação.
Essa recusa vem levando o DSEI a se mobilizar para conscientizar os indígenas sobre a vital importância da imunização. “Nós estamos fazendo ações para modificar essa realidade”, disse Suelen Resende.
Influencias negativasSegundo o indígena Elivar Karitiana, de 38 anos de idade, em sua comunidade, são inúmeros os indígenas que optaram por não se vacinar por conta de informações falsas repassadas em redes sociais
.“O povo Karitiana, antes de a vacina Coronavac chegar ao nosso país viu muitas fakes pelas redes sociais e acreditou. Alguns nem querem ouvir falar da vacina Coronavac”, disse Elivar Karitiana.
O indígena ainda afirmou que lideranças religiosas que convivem com os indígenas vêm espalhando terror em relação à vacinação, sendo responsáveis diretamente pela baixa adesão dos indígenas à vacina.
“Eu presenciei alguns dos pastores falarem aos seguidores para não tomarem a vacina dizendo que a Coronavac era do diabo. O meu recado para todos os indígenas do Estado, é que tomem a vacina contra o Coronavirus.
Não podemos colaborar com avanço do vírus, a vacina é a esperança que temos diante desse vírus maldito”, declarou Elivar Karitiana.
Pastor a favor da vacinaA reportagem conversou com o pastor Aluízio Vidal para entender qual é o papel da igreja evangélica, que exerce bastante influência nas comunidades brasileiras, em relação à vacinação da população contra o COVID-19.
Para Vidal, a função da igreja neste momento é de justamente estimular a vacinação em massa. Já que é a partir desse ponto que se chegará ao fim desse vírus, que vem há mais de um ano ceifando vidas e trazendo grande prejuízo emocional e financeiro à sociedade.“Acredito que a ciência é uma bênção e instrumento de Deus.
Portanto, é papel da igreja estimular ao máximo que as pessoas tomem a vacina e estimulem umas às outras a fazer o mesmo”, afirmou Aluízio Vidal.
ConscientizaçãoPara reverter o negacionismo dentro das comunidades indígenas em Rondônia, uma série de palestras vem sendo promovidas nas aldeias esclarecendo os indígenas sobre a importância e segurança da vacinação.
A recomendação é que os indígenas que ainda não se vacinaram, se possível, fiquem em suas aldeias, para não correr o risco de levar ou trazer o vírus para seus parentes.
Casos de COVID e vacinaçãoOs dados apresentados pelo Governo de Rondônia apontam que até o momento já foram registrados 2.221 casos de infecção por COVID-19 em indígenas de aldeias espalhadas por todo o Estado.
Entre as etnias que vivem em Porto Velho, 4.609 indígenas já tomaram a primeira dose e 3.965 a segunda.
Fonte: Rondoniaovivo