‘Ambições imperiais’: Putin critica ações da Otan na guerra da Ucrânia

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Reprodução/Kremlin – 09.05.2022 Putin acusa Otan de usar guerra na Ucrânia com “ambições imperiais”

O presidente da Rússia, Vladimir Putinacusou a Otan, a principal aliança militar do Ocidente, de usar a guerra na Ucrânia para “confirmar suas ambições imperiais” e sua “hegemonia” no cenário regional e global. 

As declarações foram feitas durante uma visita ao Turcomenistão, e no momento em que a aliança realiza uma reunião de cúpula, em Madri, marcada pelo convite a Finlândia e Suécia para que sejam seus novos membros.

Para Putin, o apoio dado pela aliança à Ucrânia, especialmente militar, além do que chama de “apelo para abandonar as negociações”, seriam uma prova de que a Otan não quer ver um fim rápido ao conflito, mas sim de usar a guerra para benefício próprio.

“Com as mãos dos ucranianos, os membros da Otan e os principais países da Otan simplesmente querem afirmar seu papel no mundo, e confirmar não apenas sua liderança, mas sim suas ambições imperiais”, declarou Putin, segundo a RIA Novosti. 

“A Ucrânia e o bem-estar do povo ucraniano não são o objetivo do Ocidente, nem da Otan, mas um meio para defender seus próprios interesses.”

O líder russo afirmou que o conflito no país vizinho é parte do que vê como um plano mais amplo para conter a Rússia, algo que, segundo ele, vem sendo planejado desde 2014. 

No começo daquele ano, a revolução popular surgida na Ucrânia contra o governo pró-Moscou de Viktor Yanukovich atingiu seus estágios mais violentos, com mortais confrontos nas ruas e, eventualmente, com a queda do presidente, que fugiu para a Rússia.

Ao mesmo tempo, Moscou atuou para anexar a Crimeia, uma península no Mar Negro, e apoiou separatistas no Leste do país, área onde, hoje, se concentram os principais combates da guerra.

Putin declarou que, desde então, a Otan faz planos para atacar os russos em diversas frentes e cenários, além de aplicar sanções contra empresas russas e integrantes do governo e elite econômica.

“Devemos tratar isso como um fato. O fato de estarem se preparando para algum tipo de ação ativa contra nós desde 2014 não é novidade. É exatamente isso que explica nossas ações decisivas para proteger nossos próprios interesses”, declarou.

Para ele, o principal país da aliança, os EUA, declararam que a Rússia é uma nação inimiga, acusando Washington de formular um pretexto para unir seus aliados em torno de uma suposta ameaça.

“O Irã não era muito adequado para isso, a Rússia é mais adequada”, acusou Putin. “Isso mais uma vez confirma o que temos falado, que a Otan traz vestígios de eras passadas, da Guerra Fria. Sempre dizem que a Otan mudou, que é uma união política, mas todos procuravam uma razão e oportunidade para um novo impulso como organização militar. Bem, agora estão fazendo isso.”

‘Completamente diferente’
Nas declarações, Putin repetiu que não vê a nova expansão da aliança, com a provável inclusão de Suécia e Finlândia, como uma ameaça, dizendo que a situação dos dois países é “completamente diferente” da questão da Ucrânia. Contudo, alertou que qualquer reforço militar perto de suas fronteiras terá resposta.

“Não temos problemas com Suécia e Finlândia, mas infelizmente temos com a Ucrânia”, afirmou, segundo a RIA. “Só precisamos imaginar que não havia ameaça antes. Mas no caso do destacamento de contingentes militares e de infraestrutura, teremos que responder de forma igual e criar as mesmas ameaças aos territórios de onde nos ameaçam.”


Em maio, quando os governos dos dois países apresentaram seus planos para quebrar uma histórica neutralidade militar e se juntar à Otan, a Chancelaria russa declarou que, no caso específico da Finlândia, o movimento “causaria sérios danos” às relações bilaterais, e que seria forçada a “tomar medidas de aspecto técnico-militar” em resposta.

Ao fim das declarações, Putin comentou as “brincadeiras” feitas por líderes do G7, em reunião de cúpula no fim de semana, na Alemanha: ali, alguns deles zombaram de fotos em que o líder russo aparece sem camisa, e chegaram a sugerir que fizessem o mesmo ao final do encontro.

“Não sei como eles queriam se despir: até a cintura, abaixo da cintura, mas acho que seria uma visão nojenta”, afirmou o presidente, antes de dar “dicas” sobre como ter um corpo mais saudável, recomendando o consumo moderado de álcool e a prática de exercícios físicos.

* Com informações de agências internacionais

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Fonte: ULTIMOSEGUNDO.IG.COM.BR