Vítima foi atingida com mais de 30 facadas após ser flagrada com o marido da agressora; crime chocou moradores de Araguaína
Portal CM7
Um crime marcado por ciúmes, traição e violência chocou os moradores de Araguaína, no norte do Tocantins, na noite de domingo, 21 de janeiro de 2024. Uma mulher de 27 anos foi presa após matar a suposta amante do seu marido com mais de 30 facadas. A vítima, uma jovem de 24 anos, morreu ainda no local. O marido da agressora também foi esfaqueado e segue internado em estado grave.
Conforme informou o site CM7 Brasil, o crime aconteceu por volta das 21h30, na Rua das Gaivotas, localizada no Setor Maracanã, um bairro tranquilo da cidade. Segundo as informações apuradas, a suspeita, identificada como Kelly Diniz da Silva, teria flagrado o marido, Romário Pereira da Silva, de 29 anos, com Geovanna Victoria Moreira da Silva, de 24 anos, dentro da própria casa. O flagrante teria sido o estopim para a tragédia.
Dominada pela raiva, Kelly pegou uma faca de cozinha e iniciou o ataque. Geovanna tentou fugir, mas foi alcançada e brutalmente golpeada 32 vezes. A maioria dos ferimentos foi no pescoço, costas e tórax. Ela caiu na rua, em frente à casa, e morreu ali mesmo, antes da chegada do socorro.
Romário também foi ferido, com um corte profundo no peito. Mesmo ferido, ele conseguiu sair da residência e caiu agonizando na calçada. Vizinhos escutaram os gritos e, ao saírem para ver o que estava acontecendo, se depararam com a cena de horror. Eles acionaram imediatamente a Polícia Militar e o SAMU.
O comportamento da suspeita após o crime também causou indignação. Testemunhas relataram que Kelly, mesmo após cometer o ataque, gravou um vídeo com o celular mostrando as vítimas e declarou friamente: “Se ela sobreviver, eu mato de novo!”. A gravação teria circulado em grupos de mensagens, aumentando a comoção.
A Polícia Militar chegou poucos minutos depois e encontrou Geovanna já sem vida, enquanto Romário ainda respirava. Ele foi levado para o Hospital Regional de Araguaína, onde segue internado em estado grave, porém estável. Kelly foi detida no local do crime e conduzida à delegacia, onde foi autuada em flagrante por homicídio qualificado e tentativa de homicídio.
A relação entre Kelly e Romário, segundo vizinhos, já era marcada por desconfianças e brigas. Eles estavam juntos há aproximadamente oito anos e tinham dois filhos pequenos. Apesar das aparências de uma família comum, vizinhos relatam que discussões intensas eram frequentes, principalmente por conta de supostas traições por parte de Romário.
Geovanna, a vítima, era descrita como uma jovem tranquila, estudiosa e que estava tentando retomar os estudos após um período fora da escola. Moradora de outro bairro, ela teria iniciado o relacionamento com Romário há poucos meses, segundo informações preliminares. O envolvimento entre eles teria sido mantido em segredo, até que Kelly descobriu.
Moradores do Setor Maracanã ainda estão em choque. “Foi uma cena muito triste. A gente escutou os gritos e quando saiu na rua, já viu aquela moça caída, ensanguentada. Nunca imaginei ver algo assim”, disse uma vizinha que preferiu não se identificar.
O crime levanta novamente o debate sobre os limites dos relacionamentos tóxicos e a falta de apoio psicológico para casais em crise. A ausência de diálogo e o acúmulo de ressentimentos podem acabar gerando explosões de violência, como a que tirou a vida de Geovanna e deixou uma família destruída.
A Polícia Civil do Tocantins investiga o caso e pretende ouvir outras testemunhas nos próximos dias. A faca usada no crime foi recolhida e passará por perícia. A expectativa é que, nos próximos dias, Kelly seja encaminhada para audiência de custódia e depois transferida para uma unidade prisional feminina da região.
Enquanto isso, Romário segue sob escolta policial no hospital. Caso sobreviva, ele poderá ser chamado para prestar depoimento e esclarecer os detalhes do que aconteceu naquela noite. A defesa de Kelly ainda não se pronunciou oficialmente.
O corpo de Geovanna foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) e liberado para a família na manhã seguinte. O enterro aconteceu sob forte comoção.
O caso gerou repercussão não só em Araguaína, mas em todo o Tocantins, sendo debatido nas redes sociais e grupos de mensagens. Muitas pessoas lamentaram a tragédia e cobraram mais políticas públicas para o atendimento psicológico de mulheres em situação de conflito familiar.
