Pix saque e troco não emplacam; entenda os motivos

Pix saque e troco não emplacam; entenda os motivos

Luciano Rocha Pix

O Pix Saque e o Pix Troco, lançados em novembro, ainda não tiveram tanta adesão, de acordo com o Banco Central. Por meio dessa função, os consumidores podem sacar ou trocar dinheiro em qualquer estabelecimento que ofereça o serviço.

Em transmissão ao vivo realizada nesta segunda-feira (21), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, informou que entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, apenas 71,7 mil transações desse formato foram realizadas, sendo que 73% ocorreram em cidades do interior do país.

Para o especialista em finanças Filipe Pires, diretor de pós-graduação do UniAnchieta, a agenda de lançamento próximo ao final de ano, quando comerciantes esperam maior movimento em vendas e preferem não arriscar implantando novidades e demandando tempo de treinamento das equipes, pode ter prejudicado a adesão. Também atribui o resultado ao sucesso do Pix, que já é o segundo meio de pagamento mais utilizado no país, praticamente empatado com o dinheiro.

“De acordo com levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Sebrae, as modalidades de pagamento mais utilizadas pelos brasileiros são dinheiro (71%), Pix (70%), cartão de débito (66%) e cartão de crédito (57%). Dessas quatro modalidades, três atuam sem a presença do papel moeda e somente o dinheiro em espécie permite o fluxo financeiro para realização do Pix Saque e Pix Troco”, analisa Pires: “Portanto, por mais que o modelo possa auxiliar os clientes de fintechs que não possuem caixa eletrônico no acesso aos saques de valores em espécie e, também, reduzir a necessidade de comerciantes depositarem seus caixas nos bancos, o próprio Pix vem reduzindo o fluxo do dinheiro em espécie nas transações cotidianas, impactando no volume da adesão aos seus novos produtos.”

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A professora no Ibmec-RJ Gecilda Esteves oferece outras justificativas:

“O Pix Troco tem uma tarifa por operação e, além disso, há a questão da própria população se acostumar com a ideia de ir a uma instituição que ofereça o serviço para sacar. Não há tanta divulgação quanto deveria para que a operação se torne mais efetiva.”

O especialista em finanças e planejador financeiro, Marlon Glaciano, concorda e afirma que muitos brasileiros ainda não enxergam utilidade em ambas as soluções.

“O Pix saque e oPix troco exercem o mesmo papel de um saque tradicional no caixa eletrônico. Como, a cada dia que passa, o dinheiro em papel tem uma forte redução na sua utilização, temos números tão baixos”, argumenta.

Fonte: ECONOMIA.IG.COM.BR