Renato Pizzuto/BandApesar da diferença ideológica, alguns pontos aproximam as opiniões dos eleitorados de Lula e Bolsonaro
Certamente você já ouviu a máxima que 2026 está em aberto e não se sabe o que virá pela frente, ou quem tem as maiores e melhores chances. Isso é verdade. Mas se prever é difícil, analisar sempre cabe.
Tudo indica que a polarização observada nos últimos dez anos, e acentuada nos últimos seis ou sete, vai prosseguir. A chamada terceira via terá que esperar. Justamente por isso, Ciro Gomes já anunciou que não irá concorrer. Por certo decidiu isso analisando o quadro político atual.
Assim, Lula e Bolsonaro seguirão sendo grandes atores desse pleito. Porém, em condições bem distintas.
Bolsonaro está inelegível. Lula será candidato, a menos que algo muito inusitado ocorra. O primeiro tem ainda muita força eleitoral, força de conversão de popularidade e carisma em votos.
O segundo está governando, seu grande foco é principalmente manter a economia sob controle, estável, crescimento do PIB, criação de empregos, ou seja, seu governo precisa ser aprovado pela população.
O grande problema de ambos é a rejeição. O anti-bolsonarismo segue forte e ativo, na verdade, ele foi a grande força eleitora de Lula em 2022. Acontece que o anti-lulismo e o anti-petismo também seguem bem vivos.
Muitos dos que votaram no petista em 2022 para evitar a permanência de Bolsonaro, agiram de modo condicional (“vamos ver no que vai dar”) e já se sente uma insatisfação crescente desse grupo. Basta ver a rejeição à Lula, que subiu, cresceu e não recua.
No meio disso tem, como pano de fundo, ainda mais, o julgamento dos chamados “atos golpistas”, de modo destacado em face do núcleo pensante desses atos. O desfecho desse julgamento afetará o resultado das urnas em outubro de 2026? Tudo leva a crer que sim, mas em qual intensidade é difícil indicar.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG
Fonte: ULTIMOSEGUNDO.IG.COM.BR