Marcello Casal Jr/ Agência BrasilSe cumprida, medida vai beneficiar exportadores de cafe
Uma declaração do secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, nesta terça-feira (29), à rede norte-americana CNBC, trouxe certo alívio para exportadores brasileiros que estão apreensivos com o início da aplicação do tarifaço de Donald Trump, marcado para esta sexta-feira (1).
O Brasil deve sofrer uma sobretaxa de 50% sobre exportações com destino aos Estados Unidos, como anunciado por Trump, há cerca de três semanas.
Howard Lutnick afirmou que alguns produtos não cultivados no país, como o café, poderiam ter a tarifa zerada.
Além do café, ele citou, entre os produtos que se encaixariam nessa categoria, que chama de “recursos naturais”, a manga, do abacaxi e o cacau.
No entanto, não citou nenhum país exportador que seria beneficiado com tarifa zero.
E não mencionou o Brasil, que será atingido por uma tarifa de 50% a partir de sexta-feira (1º), por determinação de Donald Trump.
Recursos naturais importados para os EUA
Os Estados Unidos dependem fortemente do Brasil para o fornecimento de café, especialmente o café não torrado.
O Brasil detém cerca de um terço do mercado norte-americano, que comprou 17% de todo o café brasileiro exportado entre janeiro e maio deste ano, o equivalente a 3,3 milhões de sacas.
Além disso, o clima do Brasil permite a produção de uma variedade de frutas e vegetais tropicais, como bananas, abacates e alguns tipos de frutas cítricas, como a laranja, cujo cultivo nos Estados Unidos é difícil ou economicamente inviável.
Da mesma forma que o Brasil também é um grande exportador de sucos de frutas para os norte-americanos.
Além disso, os Estados Unidos importam cana-de-açúcar do Brasil para complementar sua própria produção.
E se os Estados Unidos incluirem na sua lista de recursos naturais as carnes vermelhas, a pecuária brasileira também poderia se beneficiar com a tarifa zerada anunciada hoje.
Os Estados Unidos importam carne vermelha do Brasil, especialmente carne bovina desossada congelada.
Fonte: ECONOMIA.IG.COM.BR