Casa Branca/ReproduçãoDonald Trump, presidente dos Estados Unidos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou na noite de quarta-feira (12) o projeto de lei que encerra a paralisação mais longa da história do governo federal, após 43 dias de shutdown. As informações são do The Washington Post.
O impasse, que deixou 1,2 milhão de servidores sem pagamento e afetou aeroportos, programas de alimentação e parques nacionais, chegou ao fim com a aprovação do Congresso, que aprovou o texto no Senado na segunda-feira (10) e na Câmara dos Representantes nesta quarta-feira, poucas horas antes da assinatura do presidente.
A paralisação superou o recorde anterior de 35 dias, registrado em 2019, e gerou prejuízos estimados em US$ 24 bilhões (cerca de R$ 127 bilhões, na cotação atual) para a economia dos Estados Unidos, segundo levantamento do Congressional Budget Office.
Falando da Casa Branca, Trump afirmou que o encerramento da paralisação representa uma vitória republicana e culpou o Partido Democrata pela crise. “Este não é um modo de governar um país. Espero que todos concordem que o governo nunca deve ser paralisado novamente”, disse o presidente. Ele também incentivou eleitores a “lembrar do shutdown” nas eleições legislativas de 2026.
A Câmara votou por 222 a 209 pela reabertura do governo, após quase oito semanas sem sessões. O presidente da Câmara, Mike Johnson (Republicano), havia mantido o plenário paralisado desde 19 de setembro para pressionar o Senado a aceitar uma proposta de financiamento temporário, o que foi rejeitado repetidas vezes por democratas.
“Sentimos alívio esta noite. O shutdown democrata finalmente acabou”, declarou Johnson após a votação, criticando o impasse que classificou como “totalmente previsível e inútil”. O plano aprovado foi articulado por republicanos do Senado, sete democratas e um independente.
Texto aprovado
O projeto garante o funcionamento do governo até 30 de janeiro, aprova três projetos orçamentários e reverte mais de 4 mil demissões federais tentadas durante a paralisação. Também assegura financiamento para o programa de assistência alimentar (SNAP) até setembro de 2026 e impede novas demissões até o fim de janeiro.
Com o acordo, 650 mil funcionários afastados e outros 600 mil que continuaram trabalhando sem remuneração receberão os valores devidos.
O pacote também prevê a reabertura de parques nacionais, escritórios de crédito agrícola, benefícios federais e o fim dos atrasos em voos causados pela falta de pagamento de agentes da Administração de Segurança do Transporte (TSA).
Entre as cláusulas incluídas está uma que permite que senadores republicanos processem o governo caso seus registros telefônicos sejam acessados em investigações, tema relacionado ao inquérito sobre o ataque ao Capitólio em 06 de janeiro de 2021.
A medida gerou críticas até mesmo entre parlamentares da base, mas foi mantida para evitar novos atrasos na aprovação do texto.
Próximos passos
O acordo mantém o financiamento do governo até 30 de janeiro, quando novas negociações serão necessárias. O republicano Andy Harris classificou o prazo como “um compromisso razoável” e defendeu uma nova extensão até as eleições legislativas de 2026, para evitar que o país volte a enfrentar uma crise semelhante.
Durante o shutdown, o governo Trump havia tentado realocar verbas para garantir o pagamento de militares e forças de segurança, além de cortar programas em estados democratas, medidas agora revertidas pelo pacote.
Fonte: ULTIMOSEGUNDO.IG.COM.BR