Foto: Tânia Rêgo/Agência BrasilGeraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou, neste sábado (15), no Palácio do Planalto, que a decisão dos Estados Unidos de reduzir tarifas de importação sobre cerca de 200 produtos alimentícios é “positiva” e representa “um passo na direção correta”.
No entanto, Alckmin destacou que a permanência da sobretaxa de 40%, aplicada exclusivamente ao Brasil, cria distorções e continua um obstáculo relevante para as exportações nacionais. Ele disse ainda que as distorções precisam ser corrigidas com as negociações.
Na noite desta sexta-feira (14), o governo Trump anunciou a retirada da tarifa global, conhecida como “taxa de reciprocidade”, criada em abril deste ano. Para os países latino-americanos, essa tarifa estava em 10%.
No entanto, como a alíquota adicional de 40% aplicada em julho aos produtos brasileiros continua em vigor, tarifas sobre itens como café, carne bovina, frutas e castanhas caíram de 50% para 40%.
“Há uma distorção que precisa ser corrigida. Todo mundo teve 10% [pontos percentuais] a menos. Só que, no caso do Brasil, que tinha 50%, ficou com 40%, que é muito alto. Você teve um setor muito atendido que foi o suco de laranja. Era 10% e zerou. Isso é US$ 1,2 bilhão [a mais nas exportações]. Então zerou, ficou sem nenhum imposto”, declarou Alckmin.
Ele apontou que alguns produtos de países concorrentes, como o café do Vietnã, obtiveram reduções mais amplas.
“O café também reduziu 10% [pontos percentuais], mas tem concorrente que reduziu 20% [pontos percentuais]. Então esse é o empenho que tem que ser feito agora para melhorar a competitividade”, acrescentou o vice-presidente.
Essa também foi a questão apontada pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), após o anúncio de Trump.
Leia mais: “Piorou para o Brasil”, afirmam exportadores de café
Avanços
Ainda na avaliação de Alckmin, a medida reflete avanços diplomáticos recentes, incluindo conversas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o presidente Donald Trump, em outubro.
Ele também mencionou as reuniões entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.
A última ocorreu na quinta-feira (13), em Washington; Vieira confirmou que havia entregue uma proposta provisório a Rubio e que aguardava uma resposta nos próximos dias.
“A última ordem executiva do presidente Trump foi positiva e na direção correta. Foi positiva. Vamos continuar trabalhando. A conversa do presidente Lula com Trump foi importante no sentido da negociação e, também, a conversa do chanceler Mauro Vieira com o secretário Marco Rubio”, acrescentou.
O Brasil é o maior fornecedor de café para os norte-americanos e um dos principais de carne. Com o tarifaço, os produtos tiveram m forte alta nos preços, gerando pressão no governo Trump.
Em pronunciamento, após o anúncio da retirada da tarifa global, Donald Trump disse que o ajuste foi “um pequeno recuo” e afirmou não considerar necessárias novas reduções de tarifas no curto prazo.
Ele declarou ainda esperar queda nos preços de produtos como o café.
Fonte: ECONOMIA.IG.COM.BR

