Michelle Valente/enviada especial do iG à COP30Banquetaço marca 7º dia da COP30
O sétimo dia da COP30 foi marcado por uma grande celebração cultural e por debates sobre segurança alimentar e proteção da floresta, em um dos pontos mais visitados de Belém, a Praça da República. O ”Banquetaço” reuniu visitantes de diversos países, povos indígenas e movimentos sociais, promovendo refeições abertas ao público e reflexões sobre o direito humano à alimentação adequada ( veja fotos abaixo).
Evento reúne cozinhas comunitárias e movimentos sociais
Durante o Banquetaço, uma longa mesa foi montada para receber participantes, cozinhas comunitárias, agricultores familiares e organizações sociais. O objetivo foi reforçar a defesa da comida de verdade, produzida de forma sustentável, do campo à mesa, e valorizar modos de vida tradicionais.
Segundo a organizadora Beatriz Nunes, o movimento simboliza resistência.
“Esses coletivos também produzem resistência com a comida e defendem a comida como direito humano. Uma comida que não passa pelo mercado primeiro; passa antes de tudo pelas pessoas”, disse ao iG.
As refeições foram preparadas com alimentos agroecológicos produzidos por comunidades rurais, ribeirinhas, quilombolas e indígenas. A proposta foi transformar o espaço público em um ambiente de convivência, diálogo e partilha popular.
Economia solidária e sabores da região
Integrante da Rede Bragantina de Economia Solidária, Lucimar Moraes de Araújo celebrou a participação no evento e destacou que o coletivo levou para o Banquetaço um biscoito tradicional feito com farinha produzida na região.
Além das refeições gratuitas, o ato ressaltou a necessidade de políticas públicas que fortaleçam a soberania e a segurança alimentar, promovendo sistemas de produção sustentáveis e em harmonia com a natureza.
“O Banquetaço também é uma ação de enfrentamento à fome, e mostra que os povos do campo e da periferia organizam uma refeição saudável”, afirmaram os organizadores.
Povos indígenas reforçam defesa da floresta
A cacica Nhak Proot Kayapó, da aldeia Piôkrôtiko, destacou a importância de participar da COP30 em Belém. Segundo ela, o objetivo é mostrar a cultura Kayapó e buscar parcerias para projetos de segurança alimentar.
A líder indígena ressaltou iniciativas relacionadas ao açaí, cacau e outros alimentos essenciais para sustentar a comunidade:
“Estamos aqui para preservar a floresta, para que ela volte a ser rica em alimentos e em produtos que usamos na nossa cultura — no artesanato, nos óleos, que são essenciais para o povo Kayapó”, relatou ao iG .
Visão internacional: povos indígenas sofrem mais com a crise climática
Para Nayra Daniel, que veio da Bolívia para participar da COP30, a presença no evento é fundamental para fortalecer conexões e influenciar políticas públicas:
“Estamos participando da Cúpula dos Povos porque consideramos que é um espaço importante para gerar articulação que permita incidir em políticas de Estado. Sabemos que nós, povos indígenas, somos os que mais sofrem os efeitos adversos da crise climática”, disse.
Veja as imagens do 7º dia da COP30:
Fonte: ULTIMOSEGUNDO.IG.COM.BR

