Segundo empresária do ramo erótico, educação sexual ajuda a combater machismo e violência

Segundo empresária do ramo erótico, educação sexual ajuda a combater machismo e violência

Alto Astral

Segundo empresária do ramo erótico, educação sexual ajuda a combater machismo e violência Reprodução: Alto Astral Segundo empresária do ramo erótico, educação sexual ajuda a combater machismo e violência

Décadas após a geração do “Amor Livre”, estudos mostram que a atual geração está menos ativa sexualmente . O fenômeno é mundial e inclui o Brasil. Os motivos são variados: conservadorismo religioso, estilo de vida, isolamento causado pelo excesso de tecnologias e, no último ano, a pandemia.

A vencedora do BBB 21, Juliette, em uma conversa na noite do dia 30 de abril com Gil e Camilla de Lucas, desabafou sobre os impactos de sua religião em sua vida sexual. Ela revelou aos brothers que perdeu a virgindade com mais de 20 anos e ainda sim se sentiu culpada na época. O relato, no entanto, não surpreende a modelo, atriz e influenciadora digital Ana Otanicriadora do canal do Youtube Segredos de Anaque dá orientações sexuais sobre relações seguras e mais prazerosas. “Vejos que os pais estão prendendo demais os filhos, os jovens hoje não saem, não fazem sexo, é uma geração muito presa em casa, que não sabe interagir”, afirma Otani, que também atua como empresária do ramo erótico.

Recentemente, a influenciadora recebeu um convite de um fã que queria conhecê-la pessoalmente. Ela aceitou e marcaram o encontro em um shopping. No entanto, a youtuber conta que foi um tanto peculiar. “Ele tinha 25 anos e foi escondido da mãe me encontrar, ele contou que esta foi a maior aventura da vida dele, sair de casa escondido para me ver. Ele nunca teve uma relação sexual, nem beijo na boca”, revelou a modelo.

Ana Otani Ana Otani ajuda homens e mulhreres a praticar relações seguras e respeitosas./ Divulgação

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Diante disso, a Otani lançou um curso voltado para homens que buscam satisfazer suas parceiras, o Bom de Cama . Sem anunciar ou fazer campanhas de divulgação, ela já vendeu 500 cursos. “Ensino jovens que não têm educação sexual, que querem perder a virgindade, a como colocar a camisinha, a como tratar a mulher e a se portarem”, explica a criadora. A maioria esmagadora dos compradores são rapazes com idade entre 18 e 26 anos, muitos deles virgens.

Apesar de aparentemente chocante haver tantos virgens nessa faixa etária, isso é uma tendência. Pesquisa feita pela Faculdade de Saúde Pública de Londres, na Inglaterra, revelou que o número de jovens com a vida sexual ativa caiu pela metade nos últimos 20 anos. O estudo analisou dados de 1991 a 2018. No início dos anos 90, a porcentagem de homens entre 18 e 24 anos que não haviam tido relações recentes era de 14,3%. Em 2018 saltou para 30%. Entre as mulheres, passou de 13,2% para 19%. No Brasil, o Datafolha ouviu mais de 1.800 homens sobre o assunto em 2020. Deste total, 996 tinham entre 18 e 35 anos. Ao serem questionados se mantiveram relações sexuais nos últimos 24 meses, 16% dos jovens responderam que não, enquanto que apenas 9% dos adultos entre 36 e 70 anos deram esta resposta.

Otani considera fundamental enxergar este público e oferecer educação sexual, visto que a falta de conhecimento leva não apenas a riscos como doenças sexualmente transmissíveis ou uma gravidez não planejada, mas também pode desencadear comportamentos abusivos . “Muitos não sabem como aprender e procuram filmes pornôs, que muitas vezes mostram cenas violentas e desrespeitosas que incentivam o estupro. Esses jovens acabam achando que sexo é isso. Eu ensino que sexo é prazer mútuo e que envolve respeito, se um dos dois não quiser fazer algo, deve ser respeitado. Eles precisam aprender a respeitar um não”. Outro ponto que ela ensina é o prazer feminino. “O brasileiro está acostumado a só o homem ter prazer. Homens e mulheres precisam sentir prazer, elas precisam aprender o que gostam e dizer isso aos homens, da mesma forma que eles precisam estar abertos para aprender”.

Fonte: DELAS.IG.COM.BR