Quase tudo que você precisa saber antes de fazer reposição hormonal

Quase tudo que você precisa saber antes de fazer reposição hormonal

kues1 Tratamento deve ser feito sempre com supervisão médica

Não sei se aconteceu ou está acontecendo com você. Comigo, a dúvida entre fazer ou não fazer Terapia de Reposição Hormonal (TRH) surge sempre que penso em bem-estar, saúde e envelhecimentoesse processo inevitável que nos levará a ter ou não uma boa velhice.

Desde que experimentei os primeiros calorõesalguns anos atrás, tive uma primeira conversa sobre a TRH com o meu médico, o ginecologista Marco Antonio Lencia quem entrevistei quatro anos atrás sobre o assunto para o Pirações da Meia-Idade+ .

De lá pra cá, falamos outras vezes, mas a decisão é a mesma: sou do time que não pode fazer reposição hormonal . E você?


Saber se pode fazer a reposição hormonal é a mais importante pergunta que uma mulher menopausada ou na pré-menopausa deve fazer para seu médico ou médica. É irresponsável ir à farmácia e comprar aquele medicamento que uma amiga usa e diz ter feito milagres na vida dela. Somos diferentes umas das outras e o que pode ser bom para uma amiga pode ter um resultado bem ruim para você.

“Fazer a reposição por conta própria é um problema sério. Tem mulheres que não podem em hipótese alguma fazer esse tipo de tratamento. E são muitas”, adverte o ginecologista. “Sempre que prescrevo hormônio para uma paciente tenho receio. Será que estou fazendo a melhor escolha para essa pessoa? Pode parecer algo simples, mas não é uma coisa tranquila para os médicos. É muito importante que as mulheres dividam essa decisão com quem cuida delas”, aconselha Lenci.

NÃO PODE, NÃO DEVE

Tem um caso clássico de quem não pode fazer a TRH: uma mulher que passou um ano sem menstruar, ou seja, está na menopausa propriamente dita. Mesmo assim, ela volta a sangrar. Fato: esse sangramento não é menstrual. “Essa mulher não pode fazer reposição hormonal. Antes de partir para uma terapia desse tipo é necessário descobrir o porquê do sangramento, que pode ser uma causa orgânica, um pré-câncer, um câncer”, explica Marco Antônio Lenci. Em casos assim, o uso de hormônios vai provocar uma piora da doença.

Um outro quadro que tem contraindicação absoluta para a TRH é aquelas mulheres que tem antecedente familiar ou que tiveram trombose. “O hormônio nesse caso pode precipitar o quadro de trombose, um evento grave e que pode levar a paciente à óbito”, explica o ginecologista.

Na lista daquelas pessoas que não podem fazer reposição hormonal estão também as que tiveram câncer de mama ou qualquer câncer ginecológico, como ovário e endométrio. “Se a mulher tem alguma célula remanescente, quer dizer, que sobrou alguma célula do câncer, o hormônio pode estimular o crescimento e até o surgimento de novos tumores”, diz Lenci.

Sinal de alerta também para mulheres com algum tipo de doença hepática. Depois que entra no corpo, o hormônio é metabolizado no fígado, daí a contraindicação da TRH nesses casos. Aquelas que tiveram infarto do coração também tem que consultar um cardiologista antes de procurar fazer reposição hormonal. 

“Por essas e outras razões tem que se particularizar cada situação”, recomenda
Marco Antônio Lenci. Eu, por exemplo, descobri há 14 anos que tenho um tumor benigno na meninge – uma membrana (pele bem fininha) que reveste o cérebro. Em se tratando deste tipo de tumor, chamado meningioma, não há certezas sobre o impacto da reposição hormonal. Por orientação do ginecologista, conversei com o neurologista que acompanha o meu caso e ele achou melhor, por enquanto, não partir para a TRH.

Para saber mais sobre a reposição hormonal, assista ao vídeo completo da minha entrevista com o ginecologista Marco Antônio Lenci.


Fonte: DELAS.IG.COM.BR