Reprodução/Divulgação Mulher escapa de seita polígama e recomeça vida
Aos 15 anos, Pamela Jones acreditava ter encontrado uma saída para o abuso que sofria em casa. Mas o casamento que a libertaria do pai se tornou, na prática, mais uma prisão. Filha de Thomas Ossman Jones, que tinha 11 esposas e 57 filhos biológicos, Pamela cresceu na Igreja dos Primogênitos da Plenitude dos Tempos, um culto polígamo de origem mórmon, onde os homens podiam casar-se com quantas mulheres desejassem . As informações são do NY Post.
Sete dias após a união, o marido de Pamela já planejava expandir a família: “Estou pronto para buscar outra esposa”teria dito.
Criada para obedecer cegamente às regras da seita ela passou a viver em um curral de ovelhas, sem água encanada ou eletricidade, sobrevivendo com restos de comida descartados em supermercados.
“Casei-me com ele para escapar do meu pai abusivo, mas me senti ainda mais triste e sozinha”, recordou Pamela.
Segundo ela, qualquer tentativa de fuga seria punida por Deus, e o medo de perder a vida ou a de seus filhos a manteve presa por anos.
O culto, fundado em Nova York na década de 1820 por Alma Dayer LeBaron Sr., continuou praticando a poligamia mesmo após a proibição legal em 1904. Para driblar a lei, a comunidade se refugiou em Los Molinos, no México, vivendo isolada e sob constante vigilância.
A vida de Pamela era marcada por extrema submissão e abusos. Sua meia-irmã, Nancy, que se afastou da igreja, foi tratada como traidora, e Pamela era constantemente lembrada de seu “papel inferior” dentro da seita. O marido, descrito como “extremamente lascivo”, planejava casar-se novamente, e foi isso que impulsionou Pamela a traçar seu plano de fuga.
Em 2000, ela colocou em prática sua ousada estratégia. Com documentos que comprovaram a cidadania americana de seus filhos, Pamela enviou os menores para o consulado dos EUA, levou dinheiro e cartões do marido e, ao amanhecer, conduziu os oito filhos mais novos até a fronteira em El Paso, Texas. A operação foi bem-sucedida.
Hoje, Pamela vive em Minneapolis, casou-se novamente e mantém um negócio de limpeza doméstica.
“A menininha tímida e obediente que fui aprendeu a usar a voz e a lutar por sua liberdade”, celebrou.
Sua história, agora registrada em livro, é um testemunho de resiliência e coragem diante de décadas de opressão e violência.
Fonte: DELAS.IG.COM.BR