Reprodução/DivulgaçãoDermatologista alerta sobre perigos do esmalte em gel
A recente proibição do uso de esmaltes em gel no Brasil reacendeu alertas sobre os possíveis danos à saúde associados ao produto. Segundo a dermatologista Paula Sian, além de prejudicar a estrutura das unhas, esses esmaltes podem provocar efeitos no fígado e até aumentar o risco de câncer de pele.
De acordo com Sian, pesquisas realizadas nos Estados Unidos e na Europa identificaram componentes químicos presentes em esmaltes de gel, como o TPO (óxido de difenil [2,4,6-trimetilbenzol] fosfina) e o DMPT (N,N-dimetil-p-toluidina), que são potencialmente tóxicos. Estudos em animais associam o DMPT ao desenvolvimento de tumores no fígado, enquanto o TPO pode afetar a fertilidade.
“O procedimento de aplicação do esmalte em gel envolve desgaste da superfície da unha, tornando-a mais frágil, quebradiça e suscetível a descamações”, explica a dermatologista ao iG Delas.
Outro ponto de atenção é a exposição à radiação ultravioleta ou LED para secagem do produto, semelhante à de câmaras de bronzeamento, que aumenta o risco de manchas, envelhecimento precoce da pele das mãos e câncer de pele.
Além dos efeitos químicos e da radiação, o alongamento das unhas em gel também traz riscos físicos.
“Podem ocorrer traumas, arrancamento da unha e até danos permanentes à matriz ungueal. A estética não deve se sobrepor à saúde”alerta Paula.
Proibição da Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta quarta-feira (29) a proibição das substâncias TPO e DMPT em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, incluindo esmaltes em gel e unhas artificiais. A decisão segue padrões internacionais de segurança, alinhando o Brasil à União Europeia, que também já proibiu esses compostos.
Segundo a Anvisa, a exposição ocasional apresenta risco menor, mas o contato frequente, como o vivido por profissionais de salões de beleza, pode gerar efeitos nocivos cumulativos.
A resolução estabelece prazos para o mercado se adequar: imediatamente, fica proibida a fabricação, importação e registro de produtos contendo TPO ou DMPT; em até 90 dias, empresas devem suspender a venda e o uso dos itens ainda disponíveis; após esse período, os registros serão cancelados e os produtos recolhidos do comércio.
Com a proibição dessas substâncias, o ideal é sempre buscar marcas e produtos que sejam aprovados pela Anvisa e que tenham laudos de segurança. Além disso, é importante fazer o procedimento em salões de confiança, que utilizem produtos de qualidade e que sigam todas as normas de higiene. Também é válido fazer pausas entre os procedimentos para permitir que as unhas respirem.
Entenda os procedimentos
O esmalte em gel é geralmente composto por resinas acrílicas e polímeros que conferem cor e brilho duradouros. Já o alongamento em gel envolve o uso de um gel especial para criar uma extensão da unha, podendo aumentar o comprimento e a forma da unha. O alongamento geralmente requer um molde ou tips para dar suporte à estrutura da unha, enquanto a esmaltação em gel é mais focada na aparência e durabilidade da unha natural.
Como é feito um procedimento de unha em gel?
O procedimento de unha em gel geralmente começa com a preparação da unha natural: a profissional faz uma leve remoção do brilho da superfície, empurra as cutículas e limpa bem a área. Depois, aplica uma base especial, em seguida o gel em camadas finas, que é curado sob luz UV ou LED. É recomendável usar protetor solar nas mãos ou até luvas especiais para minimizar qualquer risco a longo prazo
Logo após, é feita a modelagem, o acabamento e, por fim, uma camada de top coat (película protetora que intensifica o brilho do esmalte). É um processo que pode levar entre 60 a 90 minutos, dependendo do salão e da técnica utilizada.
O esmalte em gel costuma durar mais tempo, geralmente entre duas a três semanas, sem lascar, enquanto o esmalte comum costuma começar a descascar em poucos dias. Além disso, o esmalte em gel é curado sob luz UV ou LED, o que cria uma camada mais firme e brilhante.
Já o esmalte comum é mais flexível e fácil de remover. Outra diferença é que o esmalte em gel geralmente exige uma preparação mais cuidadosa da unha, e a remoção também é um pouco mais complexa, exigindo um tempo maior.
Outras alternativas
Uma alternativa é o esmalte em gel sem a necessidade de luz UV, que usa um processo de secagem diferente e também oferece durabilidade.
Esses esmaltes em gel de secagem a ar permitem que você aplique em casa e ele dure mais tempo do que um esmalte tradicional, sem precisar de equipamento específico.
Geralmente, a diferença está na embalagem e na descrição do produto. Os esmaltes que precisam de luz UV ou LED costumam indicar claramente na embalagem que são para uso com curagem de luz. Já os esmaltes em gel que secam ao ar costumam ter uma indicação de que não é necessária a luz.
Outra opção é o acrílico ou a porcelana, que dão um acabamento bem resistente e podem ser moldados de diferentes formas.
Fonte: DELAS.IG.COM.BR

