“O primeiro passo para resolver um problema é admitir que ele existe”
Há alguns dias a FOLHA contou a história do mecânico César Gomes, de 26 anos, que chamou a polícia após ser impedido de acompanhar o nascimento da filha no Hospital Regional de Vilhena, mesmo tendo uma liminar da justiça autorizando-o a acompanhar o pré-parto e o parto (LEMBRE AQUI).
O caso repercutiu e gerou discussões com as mais diversas opiniões e posicionamentos sobre o tema. Em vídeo, a direção do Hospital Regional comentou que César estava com o exame de Covid-19 desatualizado, e os riscos inerentes a isso motivaram uma médica não permitir o acesso dele ao centro cirúrgico (CONFIRA AQUI).
Após o episódio, o vereador Dhonatan Pagani (PSDB) disponibilizou em seu perfil no Instagram, um formulário direcionado às gestantes e puérperas para saber a opinião e avaliação delas sobre o atendimento oferecido na unidade de saúde. E, embora o universo de mulheres que responderam ao questionário não seja grande, as avaliações não são boas.
Conforme Pagani, o objetivo do formulário é colher informações de quem percorreu o caminho acumulando experiência na obstetrícia, no pré-natal, no atendimento, para que os atos de fiscalização sejam mais assertivos. “Para não tirarmos conclusões precipitadas, vamos ouvir de quem é atendido. Isso se chama pós-venda. Isso se chama entender a dor das pessoas, através de um propósito; pegar a dor dessas pessoas e falar para o administrador público que não é da minha cabeça, eu não estou inventando isso aqui. Isso aqui não é perseguição, isso aqui é o que as pessoas estão dizendo”, ponderou.
Pagani citou o exemplo da iniciativa privada, que disponibiliza canais para ouvir o cliente e assim identificar pontos que precisam ser melhorados para assegurar a satisfação do cliente. “No caso do serviço público o cliente é o pagador de impostos”, disse.
De acordo com o vereador, até o momento 69 pessoas responderam ao formulário e a avaliação tem sido negativa. “Dos resultados que levantamos até agora, não é uma amostragem grande, mas já é uma amostragem, 74% das mulheres responderam ruim, regular ou péssimo”, revelou (VEJA GRÁFICOS ABAIXO).
O vereador entende que são pessoas que identificaram algum problema em determinado ponto no caminho percorrido até o parto, indicativo de que as coisas não estão funcionando conforme prega o Executivo que, na avaliação do parlamentar “parece estar mais preocupado com a campanha e por isso nega a existência do problema, preocupando-se em tentar passar a ideia de que tudo está em ordem.
“Estou disposto a ajudar. Isso inclusive é para pegar a experiência da mamãe, da gestante, onde ela está se sentindo mal tratada, levar para o administrador e falar: olha, o que eu levantei até agora é isso aqui, são essas dificuldades e problemas que as pessoas estão enfrentando. Então vamos atacar esses problemas, e não falar que o vereador está doido ou que o problema não existe”, ponderou, antes de concluir: “O administrador precisa entender que se o problema existe, vamos assumir o problema. Não vamos ficar criando cortina de fumaça, dizendo que o problema não existe, porque assim não resolve não. O primeiro passo para resolver um problema é admitir que ele existe”.
Fonte: FOLHADOSULONLINE.COM.BR