Reprodução/ FreepikA baixa umidade aumenta os riscos de agravamento de alergias, irritações e infecções
Ao menos 12 estados e o Distrito Federal estão em alerta para a baixa umidade nesta quinta-feira, segundo o Inmet(Instituto Nacional de Meteorologia).
O aviso aponta índices abaixo de 12% em algumas regiões — nível comparável ao registrado em desertos, como o Saara.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que a umidade relativa ideal para o corpo humano é de 60% e quaisquer valores fora desse intervalo podem se tornar prejudiciais para o nosso organismo.
Efeitos no corpo
A baixa umidade do ar ocorre quando a quantidade de vapor de água presente na atmosfera está abaixo dos níveis considerados ideais para o bem-estar humano, geralmente inferiores a 30%.
Esse fenômeno é comum em períodos de estiagem ou clima frio e pode ser intensificado por fatores climáticos e geográficos. A umidade adequada é importante para manter a hidratação das mucosas, proteger o sistema respiratório e preservar a saúde da pele.
Quando o ar está muito seco, essas barreiras naturais perdem eficiência, aumentando o risco de irritações, infecções, alergias e agravamento de doenças preexistentes, o que torna a atenção e a prevenção indispensáveis.
Em entrevista ao Portal iG, Gustavo de Almeida, médico otorrinolaringologista e membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, explica que, quando enfrentamos um clima mais frio e muito seco, “essa baixa umidade do ar resseca as mucosas do nariz, garganta e olhos, diminuindo a barreira natural contra poeira, poluentes, vírus e bactérias”.
Segundo o médico, essa mucosa ressecada permite inflamações e crises alérgicas, que podem piorar e se tornar infecções como sinusites.
“Venho recebendo muitos pacientes que têm apresentado esse quadro — em geral, mais alérgicos, com uma reatividade maior — e, devido ao ressecamento das vias aéreas, acabam desenvolvendo sinusites e laringites principalmente”complementa.
Em períodos prolongados de baixa umidade, sintomas como nariz sangrando, garganta arranhando, tosse persistente e dificuldade para respirar tornam-se mais comuns. Pacientes com asma, bronquite e rinite sofrem ainda mais, já que a baixa umidade intensifica as crises.
O especialista reforça que alguns grupos são mais suscetíveis e precisam de atenção especial: “crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias crônicas — como rinite, asma, bronquite — ou com baixa imunidade” .
Ele reforça que o atendimento médico deve ser procurado quando os sintomas não melhoram.
Doenças que surgem com a baixa umidade
O ar seco também pode facilitar a transmissão de vírus e bactérias. “Nos ambientes mais secos, as gotículas da nossa respiração evaporam mais rápido, e partículas menores ficam suspensas no ar por mais tempo, aumentando a chance de transmissão de vírus. Além disso, a mucosa respiratória ressecada fica menos eficiente para ‘combater’ esses micro-organismos”explica ao iG.
A exposição prolongada à baixa umidade pode trazer complicações. “As principais que observo no consultório são: sinusites de repetição, otites, sangramentos nasais, laringites, crises de asma e pneumonia”detalha o médico.
Como minimizar os riscos?
Entre as medidas mais recomendadas estão aumentar a ingestão de líquidos, usar umidificadores de ar ou improvisar bacias de água no ambiente, evitar exercícios físicos nas horas mais quentes do dia e manter janelas fechadas para reduzir a entrada de poeira.
Além disso, é importante proteger a pele com hidratação regular, priorizar banhos mornos e rápidos e utilizar soro fisiológico para manter as vias respiratórias úmidas.
Na prática clínica, o médico Gustavo de Almeida costuma orientar: “Boa hidratação ao longo do dia; se preciso, usar umidificadores de ar ou colocar uma bacia com água no quarto durante a noite; fazer uso de soro fisiológico para limpeza nasal pelo menos uma vez ao dia; e manter os ambientes da casa mais arejados”.
Fonte: SAUDE.IG.COM.BR