Reprodução / FreepikUm medicamento barato, utilizado por milhões de pessoas para tratar pressão arterial, pode ajudar a proteger mulheres contra o câncer
Novas pesquisas indicam que um medicamento com valor acessível e que já utilizado por milhões de pessoas para tratar pressão arterial, pode proteger mulheres contra uma das formas mais agressivas de câncer de mama. As informações são do Daily Mail.
Pesquisadores da Universidade de Monash, da Austrália, apontam que os betabloqueadores, que atuam reduzindo os efeitos dos hormônios do estresse, também podem frear a progressão do câncer de mama triplo negativo.
A relação entre betabloqueadores e a prevenção do câncer de mama foi observado pela primeira vez em 2023, embora os motivos ainda não estivessem totalmente esclarecidos.
Agora, os pesquisadores acreditam ter identificado o mecanismo por trás do efeito.
O estudo analisou a interação entre duas moléculas sinalizadoras cAMP e cálcio, que aceleram a disseminação da doença quando um receptor chamado beta-2 adrenoceptor é ativado. Hormônios do estresse, como o cortisol, podem disparar esse receptor, estimulando o crescimento do tumor.
No entanto, a equipe descobriu que os betabloqueadores podem desativar o gene HOXC12, responsável por esse processo, retardando o avanço da doença. Segundo eles, essa descoberta pode ajudar os médicos a identificar quais pacientes têm maior possibilidade de se beneficiar com o tratamento com betabloqueadores.
Agora os pesquisadores defendem a realização de estudos adicionais urgentes para verificar se o gene pode ser usado no momento do diagnóstico para identificar pacientes que podem se beneficiar do tratamento com betabloqueadores.
Segundo o estudo, que foi publicado na revista científica Science Signaling, existe uma correlação entre a ativação do beta-2 adrenoceptor e a disseminação acelerada do câncer. A pesquisa também revelou pacientes com níveis elevados do gene HOXC12 apresentam pior prognóstico geral em relação à sobrevida do câncer.
O câncer de mama triplo negativo
Segundo informações do site Oncoguia, o câncer triplo negativo é uma das formas mais invasivas da doença, já que cresce e se espalha muito rápido, além de ter opções limitadas de tratamento, possuindo os piores prognósticos.
Ele é responsável por 10 a 15% dos cânceres de mama e tende a ser mais frequente em mulheres com menos de 40 anos de idade, negras ou com mutação no gene BRCA1.
A taxa de sobrevida relativa mostra a probabilidade média de mulheres com um tipo e estágio específicos de câncer viverem pelo menos cinco anos após o diagnóstico, em comparação com mulheres que não têm a doença.
Fonte: SAUDE.IG.COM.BR