Reprodução internetQuatro mulheres que fizeram história: Joana D´Arc, Dandara, Berta Lutz e Fu Hao
Pelo dicionário, essa palavra se refere a quem está na guerra ou lutando por seus direitos. Muitas mulheres fizeram a diferença com atitudes aguerridas, caso de Fu Hao, que em 1.200 a.C. foi uma general da Dinastia Xang e tem relados que é a mais antiga mulher guerreira da história. Joana D´Arc, em pleno século XV, se tornou uma heroína para o povo francês, pelos feitos durante a Guerra dos Cem Anos.
Trazendo as lentes da história mais para perto, ainda nos deparamos com muitas guerreiras, caso de Dandara, que não aceitava ser escravizada. Foi esposa de Zumbi dos Palmares, se destacou por ajudar na construção do Quilombo dos Palmares, um local que abrigava escravos que fugiam. Bertha Lutz nasceu no Rio de Janeiro, estudou Ciências na Sorbonne e se tornou a segunda mulher a prestar concurso público no Brasil, com inscrição que só foi aceita após batalha judicial. Era filha do zoólogo Adolfo Lutz, fundou a Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher e fez parte de uma associação que defendia a educação pública e mista no país. Ainda cursou uma faculdade de Direito, para entender o lugar da mulher na legislação brasileira.
Mas, se quiserem mesmo ver o que é mulher guerreira, basta abrir a porta de casa, pegar um ônibus e rumar para qualquer periferia deste país. Veremos mais rapidamente uma dura realidade, que 49,1% dos domicílios brasileiros são chefiados por mulheres, segundo o IBGE, com base no Censo 2022 e que 72,4% vivem somente com seus filhos segundo estudo da FGV (IBRE-FGV).
Vasculhando a memória, lembrei de que quando minha mãe faleceu, o elogio predominante ao legado dela era esse: foi uma guerreira.
Geralmente, as mulheres precisam engolir o choro, fingir que não são tão sensíveis quanto são e erguer as armas, para delimitar território, fazer sua voz ser ouvida, insistir para que sejam respeitadas ou mesmo evitar qualquer tipo de assédio.
Ao longo da história, as armas mudaram de forma. A educação nos aproxima de muitas conquistas, pois é com ela que driblamos leis, regras, crenças e forças. Nessa hora, vemos muitas anônimas que lutam todos os dias por algo que já não deveria estar nos campos de batalha: o RESPEITO.
A disputa pelo poder é desigual, já que os homens já estão tão habituados a ditar as regras de qualquer jogo. A disputa por postos de liderança ainda é um retrato dessa desigualdade, pois quanto mais alto o cargo, menor é a porcentagem de mulheres.
Espelhando alguns exemplos tipicamente masculinos, muitas mulheres acabaram usando dos mesmos métodos para chegarem ou se manterem nesse disputado topo. Agora, que estamos tomando consciência dessa emboscada histórica. Chegamos ao ponto de praticar wollying, que reúne as palavras woman e bullying, caracterizado por diversos tipos de ações hostis ou difamatórias de caráter premeditado visando exclusão de uma outra mulher. Já dispõe, inclusive, de uma lei na cidade de São Paulo que visa fortalecer a saúde mental e o enfrentamento à violência psicológica entre mulheres.
Com isso, vemos que há um novo desafio para a geração de mulheres da minha idade, que não viram as avós no mercado de trabalho e tiveram mães que venceram à custa de muitas renúncias. Passamos o bastão para nossos filhos, ensinando aos homens a serem mais empáticos e ouvintes e às filhas, mais cientes de sua própria força e mais unidas para provar isso a quem ainda possa duvidar.
Desta forma, tema como esse falará de um comportamento que terá ficado no passado e todos já serão sabedores de nunca fomos coadjuvantes da história, afinal todos os seres humanos que estão sob a face da terra são mulheres ou foram gerados por uma delas.
Fonte: SAUDE.IG.COM.BR