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MOGAD: doença autoimune é rara e difícil de diagnosticar

MOGAD: doença autoimune é rara e difícil de diagnosticar

Reprodução/ FreepikA doença afeta diferentes partes do corpo, incluindo olhos, a medula espinhal e o cérebro



A jornalista Rosana Hermann anunciou, nesta semana, que recebeu o diagnóstico de uma doença autoimune e rara chamada MOGAD.

Associada ao anticorpo da glicoproteína de oligodendrócitos da mielina, a doença faz com que o sistema imunológico produza anticorpos que atacam estruturas do sistema nervoso central.

Como acontece?

O sistema imunológico tem a função de defender o corpo contra vírus, bactérias e outros agentes causadores de doenças.

Porém, em alguns casos, os anticorpos não recebem as instruções corretas e acabam confundindo tecidos saudáveis do corpo com ameaças, desencadeando um processo inflamatório .

De acordo com a Cleveland Clinic, quando essa reação atinge a mielina, a camada que reveste e protege os nervos, ocorre a chamada desmielinização.

Como consequência, a transmissão dos sinais nervosos, que são responsáveis por levar mensagens do cérebro e da medula espinhal para o restante do corpo, é afetada.

Quais os tipos que existem?

A condição pode se manifestar de duas formas principais:

MOGAD monofásico: o paciente experimenta episódios de sintomas uma única vez.

MOGAD recorrente: após um período de melhora (remissão), os sintomas retornam em novas crises (recaídas).

Apesar de ser uma doença relativamente rara, com a crescente conscientização e o aumento dos diagnósticos, os profissionais de saúde acreditam que os casos identificados possam vir a aumentar.

Estima-se que a doença afete entre 1 e 3 pessoas por milhão a cada ano.

Quais são os sintomas e causas?

Em entrevista cedida ao Portal iG, o neurocirurgião e professor universitário, Samuel Damin, que possui experiências em doenças neurológicas, medicina aeroespacial e telemedicina, explica que os sintomas da MOGAD afetam diferentes partes do corpo.

Os principais locais afetados são os olhos, a medula espinhal e o cérebro.

Os sintomas presentes na região ocular são conhecidos como neurite óptica e podem afetar um ou ambos os olhos. 

Alguns dos indícios são: visão embaçada, visão dupla, perda de visão, dor nos olhos, perda da visão de cores. Esse foi, justamente, o sintoma que levou a jornalista Rosana Hermann a descobrir a doença.

Os sintomas da medula espinhal, também conhecida como mielite transversa, incluem: fraqueza muscular, dormência, problemas de controle intestinal ou da bexiga, dificuldade em esvaziar a bexiga, músculos rígidos (espasticidade), dor aguda e lancinante ou uma sensação de formigamento no pescoço, nas costas ou na região abdominal.

Já os sintomas que afetam o cérebro e que também são conhecidos como Encefalomielite Disseminada Aguda (ADEM) apresentam: confusão, perda de equilíbrio e coordenação, dor de cabeça, mudanças comportamentais, perda de consciência e convulsões.


Outras complicações 

Os danos provocados à mielina podem afetar permanentemente o funcionamento do corpo.

Dessa forma, o paciente pode apresentar as seguintes complicações: cegueira, disfunção da bexiga ou do intestino, paralisia de braços e pernas, dor crônica, fadiga crônica e comprometimento cognitivo, ou seja, dificuldade de aprender, lembrar e pensar.

Diagnóstico 

A MOGAD pode ser diagnosticada após exames neurológicos ou testes específicos requeridos por um profissional da saúde. 

Os testes buscam identificar marcadores como o aumento da contagem de glóbulos brancos (que ocorre durante a inflamação), lesões cerebrais ou da medula espinhal e bandas oligoclonais (agrupamentos de anticorpos), que geralmente estão ausentes na MOGAD, mas estão presentes em outras doenças.

Alguns testes úteis para o diagnóstico são os exames de sangue, exame de visão, punção lombar e exame de ressonância magnética (RM).

Devido ao fato dos sintomas serem semelhantes aos de outras condições, como a esclerose múltipla, por exemplo, a MOGAD pode ser difícil de diagnosticar.

O neurocirurgião explicou ao iG que o principal diferencial da MOGAD em relação a outras doenças desmielinizantes está em suas características específicas.

“ Na MOGAD, os anticorpos anti-MOG são positivos. Lesões de RM são diferentes das da EM, geralmente sem os típicos “dedos de Dawson”. Além disso, a resposta a remédios da EM não são positivas”, afirma.

A maioria das pessoas recebe o diagnóstico de MOGAD na faixa dos 20 ou 30 anos de idade, mas a condição pode afetar qualquer pessoa, em qualquer idade. Crianças geralmente são diagnosticadas antes dos 11 anos.

Tratamento 

A MOGAD é uma doença de causa ainda desconhecida. Não possui relação hereditária nem base genética identificada até o momento. Atualmente, não há cura disponível, mas existem tratamentos voltados para controlar os sintomas e reduzir as recaídas.

O especialista ressalta que, em casos de crises agudas provocadas pela MOGAD, o tratamento mais indicado é o uso de corticoides, plasmaférese ou imunoglobulina.

Além disso, outras abordagens terapêuticas incluem:

O tratamento costuma incluir o uso de medicamentos imunossupressores, micofenolato de mofetil, rituximabe, azatioprina e aplicações por meio de infusões intravenosas ( IGIV) ou injeções subcutâneas de imunoglobulina.

Cada tipo de tratamento apresenta possíveis efeitos colaterais. E cabe ao médico explicar ao paciente como cada um funciona e o que observar antes de iniciar o tratamento.

Samuel Damin ainda reforça que a MOGAD pode comprometer significativamente a qualidade de vida a longo prazo, gerando déficits visuais, motores e episódios de fadiga.

Para minimizar esses impactos, ele destaca a importância da reabilitação, que envolve fisioterapia, terapia ocupacional, acompanhamento psicológico e, sobretudo, o reconhecimento precoce de possíveis recaídas.

Procure ajuda médica ao notar os sintomas 

Caso haja início súbito dos sintomas, como alterações na visão, dificuldades de movimento, agravamento dos sintomas mesmo após o tratamento ou efeitos colaterais relacionados às terapias, o indicado é buscar atendimento especializado.

Se algo parecer fora do normal e em caso de uma primeira convulsão, acione imediatamente os serviços de emergência.

Fonte: SAUDE.IG.COM.BR

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