Agência Brasil/Biodiesel BrasilMetanol é um composto orgânico da família dos álcoois
O consumo recente de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol já provocou três mortes e deixou outras pessoas hospitalizadas na Grande São Paulo. O caso acendeu um alerta para os riscos graves dessa substância à saúde, que pode causar intoxicação severa, sequelas neurológicas permanentes e até perda irreversível da visão.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o metanol é um composto orgânico da família dos álcoois, com um átomo de carbono, três átomos de hidrogênio e uma hidroxila, cuja fórmula é CH₃OH. É líquido à temperatura ambiente e considerado um dos mais importantes insumos da indústria química, utilizado como matéria-prima na produção de adesivos, solventes, pisos e revestimentos. Em escala industrial, é produzido predominantemente a partir do gás natural.
Apesar de seu uso industrial, o metanol não é próprio para consumo humano. Segundo o Dr. Luiz Finotti, médico psiquiatra e docente do curso de Medicina do Centro Universitário Max Planck (UniMAX Indaiatuba), quando ingerido, ele é metabolizado em substâncias tóxicas que provocam acidose metabólica intensa e lesões principalmente no nervo óptico e no sistema nervoso central.
“O metanol pode causar intoxicações muito graves, com risco de cegueira permanente, lesões neurológicas e até morte”alerta.
BigstockOs sintomas mais relatados são dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, dor abdominal, tontura e alteração visual
Sintomas aparecem rapidamente
De acordo com o especialista, os sintomas podem surgir poucas horas após a ingestão e incluem dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, dor abdominal, tontura e alterações visuais descritas como visão borrada ou embaçada, semelhante a uma “neblina”. Nos casos mais graves, o quadro pode evoluir para respiração acelerada, convulsões, coma e falência respiratória.
Mesmo com tratamento imediato, há risco de sequelas irreversíveis. A mais temida é a perda da visão, mas também podem ocorrer distúrbios motores, alterações cognitivas e até quadros semelhantes ao parkinsonismo.
Tratamento só no hospital
Não existe medida caseira eficaz contra o envenenamento por metanol. Segundo o Dr. Finotti, a conduta correta é procurar atendimento hospitalar urgente e, se possível, levar a embalagem da bebida para análise.
“O tratamento inclui o uso de antídotos específicos, como fomepizol ou etanol intravenoso, além de medidas de suporte como bicarbonato e, em situações críticas, hemodiálise”, explica.
“Como não há controle sobre a concentração de metanol em bebidas adulteradas, qualquer ingestão é potencialmente perigosa”, reforça o médico.
Fonte: SAUDE.IG.COM.BR