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A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um novo relatório nesta segunda-feira alertando para o avanço da resistência a antibióticos em todo o mundo. De acordo com o documento, uma em cada seis infecções bacterianas comuns registradas em 2023 já não respondeu ao tratamento. O problema, segundo a OMS, cresceu mais de 40% em cinco anos.
A resistência antimicrobiana ocorre quando microrganismos, como bactérias e fungos, passam a não reagir mais aos medicamentos usados para combatê-los. Isso aumenta o risco de complicações graves e mortes. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que o fenômeno “está superando os avanços da medicina moderna” e reforçou a necessidade do uso responsável de antibióticos e de investimentos em novos medicamentos e diagnósticos rápidos.
O levantamento reuniu dados de mais de 100 países e analisou a resistência de 8 tipos de bactérias a 22 antibióticos usados no tratamento de infecções urinárias, intestinais, na corrente sanguínea e de gonorreia. As regiões do Sudeste Asiático e do Mediterrâneo Oriental registraram os maiores índices: em média, uma a cada três infecções não respondeu aos medicamentos.
Entre as bactérias mais resistentes estão a Escherichia coli e a Klebsiella pneumoniae, principais causadoras de infecções graves no sangue. Mais de 40% das cepas de E. coli e 55% das de K. pneumoniae já são imunes às cefalosporinas de terceira geração, antibióticos usados como primeira linha de tratamento. Em países africanos, o índice chega a 70%.
Além disso, medicamentos considerados essenciais, como os carbapenêmicos e as fluoroquinolonas, também estão perdendo eficácia. Esses remédios são caros, difíceis de acessar e muitas vezes indisponíveis em países de renda baixa e média, o que agrava ainda mais a situação global.
A OMS defende que governos ampliem o monitoramento e fortaleçam os sistemas de saúde para lidar com o problema. Segundo a entidade, sem ações concretas, a resistência antimicrobiana pode causar quase 2 milhões de mortes por ano até 2050, superando doenças como Aids e malária.
Fonte: SAUDE.IG.COM.BR