Reprodução InstagramVirginia Fonseca
O caso envolvendo Virginia Fonseca e Vinícius Jr. movimentou as redes sociais e se tornou um dos assuntos mais comentados das últimas semanas. Após vir à tona que o jogador estaria se envolvendo com uma modelo mesmo mantendo vínculos com a influenciadora, o atleta fez um pronunciamento pedindo desculpas publicamente pela superexposição e pela proporção que o caso tomou.
Reprodução InstagramVirginia Fonseca e Vini Jr.
Mesmo após Virginia afirmar que o relacionamento entre eles não era sério e, portanto, não haveria uma “traição” formal, o episódio escancarou o impacto da superexposição emocional em meio à cultura do julgamento digital.
Afinal, o que acontece com a mente de alguém quando a dor íntima vira pauta pública?
Em entrevista exclusiva à coluna, o psicólogo Marcelo Pinoti Roca (CRP 202118) explica que situações assim potencializam o sofrimento emocional e podem colocar em risco o equilíbrio psicológico.
“Quando há uma quebra de confiança, surgem sentimentos de abandono, insegurança e insuficiência. Mas, quando isso ocorre diante do público, a ferida se torna muito mais profunda”, afirma.
De acordo com o profissional, a internet funciona como um tribunal coletivo, onde todos se sentem autorizados a julgar — inclusive quem foi ferido. “O julgamento nas redes pode gerar uma sobrecarga mental intensa, desencadeando ansiedade, depressão e até comportamentos autodestrutivos. O sofrimento aumenta quando a pessoa passa a se enxergar pelos olhos da opinião pública.”
Marcelo também alerta para o efeito da pressão por respostas rápidas, comum entre figuras públicas. “O tempo das redes não é o tempo da mente. A pressa para se posicionar atropela o processo natural de compreensão e elaboração emocional.”
Entre os sinais de alerta, ele cita tristeza persistente, perda de energia, insônia e medo de exposição. Nesses casos, o acompanhamento psicológico é essencial. “A terapia ajuda a reorganizar pensamentos e emoções, devolvendo clareza e força. É o espaço seguro para reconstruir a autoestima e elaborar o luto de forma saudável.”
Reprodução InstagramPsicólogo Marcelo Roca e Virginia Fonseca
Para o psicólogo, o autocuidado também é indispensável: reduzir o tempo de tela, fazer pausas digitais e cultivar relações saudáveis. “O silêncio pode ser terapêutico quando é uma escolha consciente. Virginia — como qualquer pessoa — não tem a obrigação de transformar sua dor em conteúdo. Ela tem o direito de se proteger.”
Encerrando, o especialista faz um apelo à empatia coletiva: “Vivemos uma cultura do julgamento, e isso adoece. O cuidado com a saúde mental começa quando aprendemos a respeitar o tempo e a dor do outro.”
*Por Brenno de Souza
Fonte: SAUDE.IG.COM.BR