Canvacâncer de testículo
A notícia de que o jogador sérvio Nikola Topić, de apenas 19 anos, recém-contratado pelo Oklahoma City Thunder, foi diagnosticado com câncer de testículo chamou a atenção do mundo do esporte e levantou um importante alerta sobre a saúde masculina. Considerado uma das grandes promessas da NBA, o atleta descobriu o tumor durante exames de rotina realizados pela equipe médica do time e segue em tratamento.
Apesar de raro — representando cerca de 0,4% de todos os cânceres masculinos no Brasil — o câncer de testículo é o tipo mais comum entre homens jovens, especialmente na faixa dos 15 a 40 anos. Dados internacionais mostram uma incidência global de aproximadamente 1,7 casos por 100 mil homens e no Brasil o pico pode chegar a 7,5 casos por 100 mil homens-ano.
Segundo publicações científicas, a taxa de mortalidade ajustada no país aumentou de 0,36 para 0,41 mortes por 100 mil homens entre 2001 e 2015. Projeções indicam que, se o ritmo continuar, o número de mortes pode crescer 26,6% até 2030.
Apesar do crescimento nas mortes, o Dr. Alexandre Iscaife afirma: “A cura pode ultrapassar 90% dos casos quando o diagnóstico é precoce.” Doutor em Urologia pela Faculdade de Medicina da USP e médico da Clínica Urológica do Hospital das Clínicas, ele destaca que não existe uma prevenção primária comprovada para o câncer de testículo.
“O ideal é que o testículo do bebê desça espontaneamente logo ao nascimento, no máximo, até o final do primeiro ano de vida. Se isso não ocorrer, há orientação médica para realizar a correção cirúrgica até, no máximo, os 18 meses de idade. Quando essa correção acontece tardiamente, aumenta a chance de infertilidade e de câncer de testículo”, explicou o especialista à coluna.
Ele reforça que a melhor forma de detecção precoce é o autoexame, feito durante o banho: “Os homens podem se examinar no chuveiro, apalpando o testículo. Se perceberem alterações de tamanho, dor ou nódulos, devem procurar um urologista. Mesmo em idade jovem, é importante o acompanhamento, porque esse câncer acomete justamente os jovens.”
O diagnóstico é confirmado com ultrassom com Doppler e exames de sangue para marcadores tumorais, como alfafetoproteína e Beta-HCG.
Sintomas e tratamento
Entre os sintomas de alerta estão aumento de volume, endurecimento, nódulos e dor. Em estágios mais avançados, quando há metástase, podem surgir sintomas como aumento do abdômen ou dificuldades respiratórias, mas esses casos são raros.
As chances de cura ultrapassam 90% quando o diagnóstico é feito no início. O tratamento inclui cirurgia para retirada do testículo afetado e, se necessário, quimioterapia e radioterapia. “Mesmo quando há metástase, o tratamento é eficaz. A taxa de sobrevida é uma das mais altas entre os tipos de câncer”, reforça o Dr. Iscaife.
Conscientização e alerta aos jovens
Acervo pessoal
Dr. Alexandre Iscaife
A história de Nikola Topić ajuda a dar visibilidade a um tema ainda pouco discutido entre os homens. O diagnóstico precoce salva vidas e o cuidado deve começar cedo.
“É fundamental que os meninos aprendam desde a adolescência a conhecer o próprio corpo. O autoexame e as consultas periódicas ao urologista são as melhores formas de detectar o câncer de testículo a tempo”, conclui o Dr. Alexandre Iscaife.
Fonte: SAUDE.IG.COM.BR