CanvaHarmonização facial com ajuda de IA é segura?
A recente história de uma influenciadora que decidiu refazer sua harmonização facial após conversar com uma inteligência artificial trouxe um debate super importante sobre os limites entre tecnologia e medicina estética. O caso, que viralizou nas redes, revela uma nova tendência: a busca por validação digital antes da orientação médica.
Para o Dr. Willian Ortegareferência em harmonização facial, esse comportamento mostra como muitas pessoas ainda têm uma relação imediatista e superficial com a estética.
“Quando alguém pede para uma IA dizer o que mudar no rosto, ela está pulando uma etapa essencial: a análise médica. A inteligência artificial pode sugerir proporções, mas não sente textura, não avalia músculos nem entende expressões. Isso reforça a ideia equivocada de que estética é apenas aparência e não é”, explicou à coluna.
Segundo o especialista, a tecnologia é uma aliada poderosa quando usada com responsabilidade. Ferramentas de imagem e simulação auxiliam no planejamento, mas não substituem o olhar clínico.
“O perigo é quando o paciente confia mais no algoritmo do que no profissional. A IA não avalia histórico, saúde, nem necessidade real. Ela interpreta uma foto estática. Por isso, a decisão final deve ser sempre guiada por um especialista experiente”, pontua Ortega.
Nos últimos anos, a harmonização facial se popularizou, especialmente entre os jovens. No entanto, muitos pacientes ainda cometem erros comuns, como tentar mudar todo o rosto de uma vez ou seguir referências de filtros e celebridades.
“Cada rosto tem uma estrutura única. O segredo de uma harmonização natural é respeitar a anatomia e realçar o que o paciente já tem de melhor. O equilíbrio é o que traz beleza, não o exagero”, ressalta o doutor.
O avanço da inteligência artificial também vem transformando a rotina dos consultórios. Softwares de análise facial e modelagem 3D já ajudam os profissionais a planejar resultados mais precisos, mas o Dr. Willian Ortega alerta: “Vejo com bons olhos o uso da IA quando o profissional está à frente. A tecnologia deve ser uma ferramenta, não um substituto. Ela ajuda a planejar, mas o julgamento clínico e o bom senso continuam insubstituíveis.”
O especialista destaca ainda um novo movimento entre seus pacientes: o de “desfazer excessos”. “As pessoas perceberam que o exagero envelhece e tira a naturalidade. Hoje, muitos procuram reverter volumes antigos e buscar expressões mais leves e reais. Esse retorno ao natural é um sinal de amadurecimento estético e emocional.”
Para ele, o papel do profissional diante desse novo cenário é ser o filtro entre o paciente e a avalanche de informações — ou desinformações — disponíveis online.
Acervo pessoal
Dr. Willian Ortega
“A informação está a um clique, mas nem tudo serve para todo mundo. Cabe ao profissional orientar, esclarecer e até dizer ‘não’ quando algo não é indicado. Estética é saúde e saúde exige responsabilidade.”
Desafios e equilíbrios
Com a popularização da IA, o desafio agora é encontrar equilíbrio entre tecnologia, ciência e humanidade. Como destaca o Dr. Willian Ortega, “o toque humano e o olhar clínico continuarão sendo o que realmente garante um resultado bonito, ético e seguro”.
Fonte: SAUDE.IG.COM.BR

