CanvaImplante hormonal tem o mesmo efeito de anabolizantes?
Virgínia Fonseca voltou a movimentar as redes sociais após mudanças físicas chamarem a atenção do público. O aumento visível de massa muscular e alterações na voz fizeram muitos internautas questionarem se a influenciadora estaria usando anabolizantes. Virgínia negou o uso de substâncias proibidas e afirmou que faz tratamento com um implante hormonal, popularmente conhecido como “chip da beleza”.
De acordo com o Dr. Matheus Alencar, o termo é equivocado e pode induzir o público ao erro. “A medicina não trabalha com promessas estéticas, e sim com objetivos terapêuticos. O nome correto é implante de gestrinona, uma substância estudada há décadas na ginecologia”, explica.
A gestrinona é um progestágeno, utilizada principalmente no tratamento de endometriose, adenomiose, TPM intensa e cólicas. Também pode ser usada como contraceptivo e, mais recentemente, tem mostrado bons resultados na melhora da libido e no tratamento do lipedema, condição caracterizada pelo acúmulo doloroso de gordura nas pernas e braços.
Mas afinal, o implante hormonal tem o mesmo efeito de um anabolizante?
“Em partes, sim. A gestrinona atua em receptores de testosterona e, por isso, pode provocar efeitos semelhantes aos de esteroides anabolizantes, como ganho de massa magra, redução do percentual de gordura e melhora da disposição. A diferença está na dose e na finalidade: o implante é prescrito para tratar condições clínicas, enquanto os anabolizantes são usados, muitas vezes, de forma abusiva e sem controle médico”, esclareceu o doutor à coluna.
Apesar de seu potencial terapêutico, a gestrinona exige cautela. O médico alerta que, em doses incorretas ou sem a devida indicação médica, o hormônio pode causar queda de cabelo, oleosidade, acne e engrossamento da voz, este último, em alguns casos, irreversível. Pacientes com síndrome dos ovários policísticos também podem ser mais sensíveis e apresentar reações mesmo com quantidades baixas.
A Anvisa proíbe a manipulação, comercialização e propaganda desses implantes quando utilizados para fins puramente estéticos. O Conselho Federal de Medicina também veta o uso de esteroides anabolizantes para finalidades estéticas, classificando a prática como antiética e sem respaldo médico.
Acervo pessoalDr. Matheus Alencar
“O uso de implantes hormonais deve ser sempre personalizado, com acompanhamento profissional e foco na saúde. Quando bem indicado, pode trazer benefícios importantes, mas jamais deve ser tratado como ferramenta estética”, reforça Dr. Matheus.
Para o médico, o principal desafio é combater a banalização do tema nas redes. “Equilíbrio hormonal é saúde, não estética. A informação correta é o que diferencia tratamento médico de modismo perigoso”, finaliza.
Fonte: SAUDE.IG.COM.BR

