Reprodução/Myskin/Stock.adobe.com Segundo a pesquisa, cerca de 12% dos adultos dos EUA já experimentaram um medicamento GLP-1 como o Ozempic
Medicamentos usados para emagrecimento rápido, como Ozempicpodem interferir na precisão de exames de imagem fundamentais, alertam pesquisadores europeus. Segundo um estudo apresentado no 38º Congresso Anual da Associação Europeia de Medicina Nuclear, os remédios para emagrecimento têm provocado alterações em tomografias, prejudicando a detecção de câncer e doenças inflamatórias.
Essas drogas, conhecidas como agonistas de GLP-1, foram inicialmente desenvolvidas para o tratamento do diabetes tipo 2 . No entanto, tornaram-se populares por induzirem uma perda de peso significativa ao reduzir o apetite e retardar a digestão.
O uso explodiu nos últimos anos e segundo o New York Post, apenas nos Estados Unidos, o consumo aumentou 700% entre 2019 e 2023, de acordo com dados da Kaiser Family Foundation.
A questão é que o mecanismo de ação desses medicamentos também pode afetar como o corpo absorve o marcador radioativo FDG, usado nas tomografias PET. Esse marcador identifica células com metabolismo acelerado, como as cancerígenas. Quando o padrão de absorção é alterado, os exames podem mostrar “pontos quentes” enganosos, fazendo parecer que há inflamação ou tumor onde não existe.
“ Notamos uma absorção incomum em um de nossos pacientes em uso de agonista de GLP-1, o que nos levou a investigar o fenômeno em toda a nossa rede ”, explicou o médico Peter Strouhal, diretor da Alliance Medical Ltd., no Reino Unido, e principal autor do estudo.
“ Descobrimos que esses padrões estão se tornando cada vez mais frequentes, mas ainda não há diretrizes formais sobre como lidar com iss o”, completou.
Reprodução/New York Post/NCPIC Os médicos usam PET-CT para diagnosticar câncer e doenças inflamatórias, além de monitorar os efeitos do tratamento
Os especialistas alertam que a confusão pode resultar em diagnósticos errados, tratamentos desnecessários e atrasos na detecção de câncer, algo especialmente preocupante em um momento em que as taxas da doença crescem entre adultos jovens.
Por enquanto, os pesquisadores não recomendam suspender o uso dos medicamentos antes dos exames, mas orientam que os profissionais de saúde registrem o uso de GLP-1 no prontuário e considerem o fator na interpretação dos resultados. O grupo pretende ampliar o estudo para criar diretrizes internacionais que ajudem a garantir diagnósticos mais precisos.
Fonte: SAUDE.IG.COM.BR

