FreePikGripe K: Ministério faz aviso e monitora nova variante da H3N2
O Ministério da Saúde, através de um comunicado, informou que intensificou as ações de vigilância epidemiológica da Influenza A (H3N2), com atenção especial ao chamado subclado K ( Gripe K, como é conhecida popularmente), após um alerta emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A medida ocorre em meio ao aumento expressivo de casos e de internações por gripe em países do hemisfério norte, especialmente nos Estados Unidos, Canadá, nações da Europa e da Ásia, onde essa variação genética do vírus tem circulado de forma mais intensa e antecipada.
Marcello Casal Jr/Agência BrasilVacinação
No Brasil, até o momento, foram confirmados quatro casos do subclado K da Influenza A (H3N2). Um deles é considerado importado e foi identificado no estado do Pará, associado a uma viagem internacional. Os outros três casos foram registrados no Mato Grosso do Sul e seguem sob investigação para confirmação da origem da infecção.
As autoridades de saúde reforçam que o número ainda é considerado baixo e que não há, até agora, indícios de transmissão comunitária sustentada dessa variante no país.
Rovena Rosa/Agência Brasilvacina da gripe, influenza
A amostra do caso identificado no Pará foi analisada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, que atua como laboratório de referência nacional para vírus respiratórios. Já as amostras coletadas no Mato Grosso do Sul foram processadas pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
Em ambos os casos, os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) dos respectivos estados realizaram a identificação inicial do vírus e encaminharam o material para os laboratórios de referência, conforme os protocolos estabelecidos pela vigilância em saúde para sequenciamento genético.
Tomaz Silva/Agência Brasil – 04/04/2022Começa neste segunda-feira (10) a vacinação contra a gripe
O que é a Gripe K
A gripe é uma infecção respiratória causada pelo vírus influenza, que se divide em diferentes tipos, sendo o tipo A o mais associado a surtos, epidemias e quadros de maior gravidade. Dentro do Influenza A, existem subtipos e subclados que surgem a partir de mutações genéticas naturais do vírus ao longo do tempo. A Gripe K é uma dessas variações do H3N2 e, segundo o Ministério da Saúde, não se trata de um vírus novo.
Até o momento, não há evidências científicas de que a Gripe K esteja associada a maior gravidade da doença ou a um aumento da letalidade.
FreePikGripe influenza
O principal fator que chama a atenção das autoridades internacionais é a sua circulação mais intensa e antecipada no hemisfério norte, o que tem resultado em um número elevado de casos e, consequentemente, em mais internações por gripe em países onde a variante se tornou predominante.
Sintomas e sinais de alerta da gripe H3N2
Os sintomas provocados pelo subclado K são semelhantes aos da gripe já conhecida pela população. Entre os sinais mais comuns estão febre, dor no corpo, dor de cabeça, tosse, coriza e cansaço intenso. Em geral, a maioria dos casos evolui de forma leve a moderada, especialmente em pessoas jovens e saudáveis.
Rovena Rosa/Agência Brasilvacina da gripe, influenza
No entanto, o Ministério da Saúde reforça também a importância de atenção redobrada para sinais de agravamento, como falta de ar, dificuldade para respirar, dor ou pressão no peito, piora rápida do estado geral e queda da saturação de oxigênio. Esses sintomas indicam a necessidade de procurar atendimento médico imediato, sobretudo em idosos, crianças pequenas, gestantes e pessoas com comorbidades.
Vigilância epidemiológica e monitoramento contínuo
A vigilância da influenza no Brasil é realizada de forma contínua, a partir do monitoramento de casos de síndrome gripal e de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Esse sistema permite identificar mudanças no comportamento dos vírus respiratórios, detectar novas variantes e orientar medidas de prevenção e controle em tempo oportuno.
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Além do acompanhamento de casos, as ações de vigilância incluem a identificação e o diagnóstico precoces, a investigação detalhada de eventos respiratórios incomuns e a notificação imediata de casos suspeitos ou confirmados às autoridades sanitárias.
O fortalecimento da rede laboratorial e o envio de amostras para sequenciamento genético são etapas fundamentais para compreender a dinâmica de circulação do vírus no país.
Guilherme Silva / SemsaVacina
Vacinação contra a gripe segue sendo a principal proteção
De acordo com o Ministério da Saúde, as vacinas contra a gripe disponibilizadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) oferecem proteção contra formas graves da doença, inclusive aquelas causadas pelo subclado K da Influenza A (H3N2).
Os grupos mais vulneráveis ao vírus são os mesmos já contemplados como prioritários nas campanhas anuais de vacinação, como idosos, crianças, gestantes, profissionais da saúde, pessoas com doenças crônicas e imunossuprimidos.
Paulo Pinto/Agência BrasilVacina
A pasta alerta que a hesitação vacinal, cenário observado em alguns países da América do Norte, contribui significativamente para a maior circulação do vírus. Em contextos de baixa adesão à imunização, o número de pessoas suscetíveis aumenta, favorecendo a disseminação do influenza e a ocorrência de surtos mais intensos, com impacto direto sobre os sistemas de saúde.
Antivirais e outras medidas de prevenção
Além da vacinação, o SUS disponibiliza gratuitamente antiviral específico para o tratamento da gripe. O medicamento é indicado principalmente para os públicos prioritários e para casos com maior risco de complicações, funcionando como uma estratégia complementar para reduzir a duração dos sintomas e o risco de agravamento da doença.
Reprodução: pixabayVacina
As autoridades de saúde também reforçam medidas não farmacológicas que ajudam a conter a transmissão do vírus, como o uso de máscara por pessoas com sintomas respiratórios, a higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel, e a ventilação adequada de ambientes fechados.
Essas ações, amplamente adotadas durante a pandemia de covid-19, continuam sendo eficazes contra outros vírus respiratórios, incluindo o influenza.
PixabayVacina
Cenário epidemiológico da gripe no Brasil em 2025
Em 2025, o Brasil registrou um comportamento fora do padrão esperado para a circulação do vírus Influenza A (H3N2). Tradicionalmente mais frequente no outono e inverno, a gripe apresentou aumento de casos no segundo semestre do ano, antes mesmo da identificação do subclado K no país. Esse movimento teve início na região Centro-Oeste e, posteriormente, se espalhou para estados de outras regiões.
Atualmente, segundo dados do Ministério da Saúde, as regiões Centro-Oeste e Sudeste já apresentam queda nos casos de SRAG associados à influenza. Em contrapartida, as regiões Norte e Nordeste ainda registram tendência de crescimento, o que mantém o alerta das autoridades sanitárias e reforça a necessidade de intensificar a vacinação e as ações de vigilância nesses locais.
Rovena Rosa/Agência Brasil – 19.01.2022Vacina
Situação internacional e alerta da OPAS/OMS
No cenário internacional, a OPAS informa que o subclado K da Influenza A (H3N2) tem apresentado crescimento acelerado na Europa e em diversos países da Ásia, onde já representa uma parcela significativa das amostras analisadas. Na América do Norte, Estados Unidos e Canadá também registram aumento sustentado da circulação do vírus, com impacto relevante nos sistemas de saúde durante o período de inverno.
Apesar desse avanço no hemisfério norte, até o momento não há evidências de um padrão semelhante de disseminação na América do Sul. Ainda assim, o alerta epidemiológico da OPAS/OMS recomenda que os países da região mantenham vigilância ativa, reforcem a imunização e adotem medidas preventivas para evitar a sobrecarga dos serviços de saúde.
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Importância da informação e da prevenção
Especialistas em saúde pública destacam que a comunicação clara e baseada em evidências é fundamental para evitar pânico e combater a desinformação. O subclado K da Influenza A (H3N2) não representa uma nova ameaça desconhecida, mas sim uma variação do vírus já monitorada pelas autoridades internacionais.
A adesão à vacinação anual contra a gripe, aliada a cuidados básicos de higiene e ao acesso oportuno ao tratamento, continua sendo a forma mais eficaz de prevenir casos graves, reduzir hospitalizações e proteger os grupos mais vulneráveis.
Diante do cenário global de aumento da circulação do vírus, o reforço dessas estratégias é considerado essencial para minimizar os impactos da influenza no Brasil.
Com a intensificação da vigilância e o monitoramento constante da situação epidemiológica, o Ministério da Saúde afirma que o país está preparado para responder de forma rápida e coordenada a eventuais mudanças no comportamento do vírus, mantendo a população informada e protegida.
Fonte: SAUDE.IG.COM.BR