Solen Feyissa/UnsplashValor oferecido é abaixo do mercado
Um novo datacenter do Google planejado para Thurrock, no Reino Unido, deve emitir cerca de 570 mil toneladas de dióxido de carbono por ano, volume equivalente a aproximadamente 500 voos semanais entre Londres e Málaga, na Espanha, segundo documentos de planejamento. As informações são do The Guardian.
O projeto, apresentado por uma subsidiária da Alphabet, prevê até quatro unidades em uma área de 52 hectares, parte dela ocupada por uma antiga pista de corrida.
A instalação faz parte de um movimento para ampliar a capacidade de processamento de inteligência artificial no Reino Unido, diante da expectativa de que a demanda aumente 13 vezes até 2035.
Grupos ambientais alertam que a expansão de megacentros de dados pressiona recursos de energia e água e eleva as emissões de gases do efeito estufa.
“ A instalação planejada do Google em Essex produzirá emissões de carbono várias vezes maiores que as de um aeroporto internacional ”, afirmou um porta-voz da organização Foxglove ao The Guardian.
Segundo a entidade, o governo “ precisa parar de se curvar à agenda Trump–big tech e começar a defender os interesses do público britânico – caso contrário, todos pagaremos pelos datacenters, seja em contas de energia mais altas, escassez de água ou aquecimento do planeta ”.
Debate sobre riscos e vantagens
Atualmente, datacenters consomem cerca de 2,5% da eletricidade do Reino Unido, e esse número pode quadruplicar até 2030, segundo a biblioteca da Câmara dos Comuns do país.
Apesar disso, o governo considera que o impacto nos orçamentos de carbono será reduzido, já que aposta na rápida descarbonização da rede elétrica.
Outros grandes projetos também estão em andamento. Um investimento estimado em £10 bilhões (cerca de R$ 71,89 bilhões, na cotação atual) foi autorizado em Blyth, Northumberland, em área antes ocupada por uma usina a carvão, e deverá abrigar parcerias estratégicas entre Reino Unido e Estados Unidos.
Já a consultoria Bain & Company alerta que, até 2035, a inteligência artificial e os datacenters poderão responder por 2% das emissões globais e 17% das industriais, sobretudo em países ainda dependentes de combustíveis fósseis, informou o The Guardian.
A Google não comentou o pedido de autorização para o projeto de Thurrock. Sobre uma possível instalação em Teesside, afirmou apenas: “ Não comentamos rumores ou especulações .”
Fonte: TECNOLOGIA.IG.COM.BR