Reprodução/Orient ExpressHistória do Expresso do Oriente atravessa gerações
A história do Expresso do Oriente começou em 1867, quando o engenheiro belga Georges Nagelmackers viajou aos Estados Unidos após uma decepção amorosa e conheceu os primeiros vagões-dormitório do mundo, experiência que o guiou, anos depois, a criar na Europa uma nova forma de viajar, com trens luxuosos que conectariam o Ocidente às portas do Oriente.
Assim, em 1876, ele fundou a Compagnie Internationale des Wagons-Lits, empresa que se destacaria pelo conforto e pela decoração refinada de seus vagões, além de serviços inéditos à época.
Foi dessa ideia que surgiu, em 1883, o primeiro percurso do Expresso do Oriente. No dia 04 de outubro daquele ano, o trem partiu de Paris rumo a Constantinopla levando quarenta passageiros, redefinindo a ideia de longa distância ao cruzar o continente europeu em uma viagem de sete dias.
Reprodução/Orient ExpressEngenheiro belga Georges Nagelmackers
Nos anos seguintes, o projeto se expandiu. Em 1894, Nagelmackers inaugurou a Compagnie Internationale des Grands Hôtels, estabelecendo hotéis de luxo em diferentes cidades por onde o trem passava, de Paris a Peking, de Istambul ao Cairo.
A rota Simplon
Já em 1919, o Expresso do Oriente inaugurou a rota Simplon-Expresso do Oriente, que passou a ligar Paris a Istambul por Milão e Veneza. Os vagões azul-meia-noite cruzavam o túnel do Simplon, uma obra que abriu um novo caminho pelos Alpes e reforçou a imagem do trem como símbolo de modernidade.
Na década seguinte, entre 1926 e 1929, o trem ganhou o estilo que definiu sua imagem. Os designers René Prou e René Lalique criaram os salões Pullman em Art Déco, peças que transformaram a experiência a bordo em uma referência mundial de elegância. Assim, a estética também virou marca registrada da viagem.
Reprodução/Orient ExpressRota que marcou a história das viagens de luxo
O trem foi eternizado em 01 de janeiro de 1934, quando Agatha Christie publicou Assassinato no Expresso do Oriente, livro que se tornaria um clássico do suspense e que, ao longo de décadas, alimentaria o imaginário de viajantes e admiradores do trem com adaptações para cinema e outras mídias.
O último trajeto direto entre Paris e Istambul aconteceu em 20 de maio de 1977. O avanço da aviação no fim do século 20 reduziu a demanda, e a Compagnie Internationale des Wagons-Lits acabou vendendo parte dos seus vagões em leilões.
Em 2016, o nome Expresso do Oriente ganhou nova identidade durante a FIAC, a Feira Internacional de Arte Contemporânea, apresentando objetos de viagem inspirados na própria história do trem. Seis peças emblemáticas resgataram esse patrimônio cultural e abriram caminho para uma nova fase.
Hoje, o Expresso do Oriente anuncia coleções de hotéis de luxo e novos objetos de viagem, iniciando outro capítulo dessa trajetória que atravessa mais de um século e continua alimentando o mito de uma das viagens mais lendárias do mundo.
Fonte: TURISMO.IG.COM.BR

