‘Fiquei estraçalhado, arrasado’, diz pai de adolescente baleada na cabeça

A família da estudante Thais Pessotti da Silva, de 14 anos, confirmou que a adolescente é uma das baleadas pelo atirador que atacou escolas em Aracruz, no Espírito Santo, nesta sexta-feira (25). O tiro atingiu a cabeça de Thais. Até o último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde na noite deste sábado (26), ela seguia internada em estado grave na UTI do Hospital Infantil de Vitória.

Ao g1, a família contou que a menina passou por uma cirurgia na cabeça durante a tarde de sexta e que o estado de saúde dela requeria muitos cuidados. Neste sábado (26), Almir Rogério da Silva, pai de Thais, disse que a filha reagiu bem ao procedimento.

“Graças a Deus, Thais reagiu bem. Agora é aguardar as primeiras horas que são cruciais, mas Deus está no controle”, relatou Almir.

O pai afirmou que não conseguia acreditar que a filha era uma das vítimas.

“Receber a notícia foi desolador, inacreditável, situação que ninguém merece passar. Notícia que nos tira o chão. Fiquei estraçalhado, arrasado, sem acreditar”, contou.

Almir disse à reportagem que acompanhava a filha na UTI do hospital, mas que ainda não sabia quando um próximo boletim médico seria divulgado.

“Precisamos de muita oração para a Thais. Esperamos levar ela daqui para casa com a Graça e permissão de Deus. Que o Senhor conduza conforme a vontade dele”, desabafou o pai.

Outras vítimas

Selena Zagrillo, Maria da Penha Banhos e Cybelle Bezerra foram mortas em ataques a escolas em Aracruz — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Morreram nos ataques a estudante Selena Zagrillo, de 12 anos, e as professoras Maria da Penha Pereira de Melo Banhos de 48 anos, conhecida como Peinha, Cybelle Passos Bezerra, de 45 anos e Flavia Amoss Merçon Leonardo, de 38 anos.

Os corpos de Selena e Maria da Penha foram enterrados no início da tarde de sábado. Já a família de Cybelle preferiu que o corpo dela fosse cremado e levado para Pernambuco, onde a família mora. A família de Flávia não divulgou informações sobre velório e sepultamento do corpo da professora.

O ataque

O ataque a duas escolas deixou quatro mortos e outros 12 feridos em Aracruz, nesta sexta-feira (25). A investigação apontou que o ataque foi planejado por dois anos e que o criminoso usou duas armas do pai, um policial militar. O assassino tem 16 anos e estudou até junho no colégio estadual atacado, segundo o governador do estado, Renato Casagrande (PSB).

Os disparos aconteceram por volta das 9h30 na Escola Estadual Primo Bitti e em uma escola particular que fica na mesma via, em Praia de Coqueiral, a 22 km do centro do município. Aracruz, onde o ataque aconteceu, fica a 85 km ao norte da capital.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o assassino invadiu a escola estadual com uma pistola e fez vários disparos assim que entrou no estabelecimento de ensino. Depois, foi até a sala dos professores e fez novos disparos. Na unidade, duas professoras foram mortas.

Na sequência, o atirador deixou o local em um carro e seguiu para a escola particular Centro Educacional Praia de Coqueiral, que fica na região. Na unidade, uma aluna foi morta. Após o segundo ataque, o assassino fugiu em um carro. Ele foi apreendido ainda na tarde de sexta.

Neste sábado, a Polícia Civil informou que o criminoso vai responder por ato infracional análogo a três homicídios e a 10 tentativas de homicídio qualificadas.

G1/ES