O motivo do crime seria porque Vilson teria tirado o celular do indígena que estava carregando para colocar o dele na tomada
O técnico de enfermagem indígena Vilson da Silva Souza, de 27 anos (FOTO), morreu ontem (sábado, 9), após ser atingido por uma flechada dentro da Terra Yanonami, na aldeia Maraxiú, em Roraima. O responsável pelo crime seria um agente de saúde que pertence à etnia Yanonami.
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De acordo com o UOL, ambos trabalhavam na Unidade Básica de Saúde Indígena da comunidade. Vilson era indígena, mas do povo macuxi, comunidade da Enseada em Uiramutã, e atuava na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) da Aldeia Maraxiú, apoiando as ações que garantem o acesso à saúde aos indígenas da região. Ele integrava a equipe desde outubro de 2023.
Após o assassinato, o corpo dele foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Boa Vista (RR), por um avião da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai). A presidente do Empregados em Estabelecimentos Privados de Serviços de Saúde de Roraima, Joana Gouveia, afirmou que o agente acusado do crime não foi preso e continua na comunidade.
Segundo ela, nenhuma ação foi realizada para prendê-lo e ainda não há informações do que teria motivado o crime. “Nós estamos indignados e pedindo justiça. Vamos fazer uma paralisação para que o assassino seja preso e para pedir segurança às equipes que trabalham nessa área”, desabafou.
Joana contou que houve uma reunião na manhã de sábado para tratar sobre assuntos internos, e quando acabou, o suspeito pegou o arco. “Chamou pelo nome de Vilson e foi logo flechando”, relatou.
Ela acredita que o crime foi “premeditado”, pois o homem cortou o fio da internet do local, fazendo com que a equipe ficasse sem comunicação. “Os vizinhos arrumaram para poder pedir socorro, mas isso demorou mais de uma hora”, revela.
Nas redes sociais, a Sesai, ligada ao Ministério da Saúde, lamentou o caso e se solidarizou com a família. Ainda segundo a pasta, foi determinado o desligamento do agente indígena de saúde, suspeito de ter cometido o crime, do cargo na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) da Aldeia Maraxiú.
VILHENENSE NO LOCAL
O episódio trágico foi confirmado por um médico filho de vilhenenses, que está há cerca de um ano prestando serviços na Terra Indígena. Filho de pioneiros no Cone Sul de Rondônia, o profissional de saúde foi transferido do Nordeste para atuar num programa do governo federal que presta assistência aos Yanomani.
O médico também confirmou o boato que corre em Roraima sobre a suposta motivação do ataque fatal: Vilson teria sido atingido abaixo da axila -e o artefato teria atravessado o pulmão dele. O motivo do crime seria porque Vilson teria tirado o celular do indígena que estava carregando para colocar o dele na tomada. O Yanomani não teria gostado e, por isso, “flechou” a vítima, que morreu no local.
Fonte: Imagens: Folha BV
Autor: Da redação / Folha do Sul Online