Libéria vai ceder 10% do território para Emirados Árabes compensarem emissões

Libéria vai ceder 10% do território para Emirados Árabes compensarem emissões

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Por meio de contrato que está sendo finalizado, Libéria vai conceder a uma empresa dos Emirados Árabes os direitos exclusivos sobre mais de 1 milhão de hectares de florestas| Foto: USAID/Wikimedia CommonsOuça este conteúdo

A Libéria está negociando um contrato para conceder a uma empresa dos Emirados Árabes Unidos os direitos exclusivos sobre mais de 1 milhão de hectares de florestas do país localizado na África Ocidental, o que corresponde a cerca de 10% do seu território.

Segundo reportagem publicada nesta semana pelo jornal francês Le Monde, a Blue Carbon, que pertence ao xeque Ahmed Dalmook al Maktoum, membro da família governante do emirado de Dubai, teria o direito de comercializar os créditos de carbono obtidos em projetos de conservação ou reflorestamento nessas áreas da Libéria.

A Blue Carbon também está em negociações com outros dois países africanos, a Zâmbia e a Tanzânia. Dessa forma, além de compensar suas emissões, os Emirados Árabes também poderiam vender créditos de carbono para outros países.

O Acordo de Paris, adotado em 2015, prevê a comercialização de créditos de emissões de carbono excedentes para que os países signatários atinjam metas climáticas. O objetivo é limitar o aumento médio das temperaturas globais a 1,5°C acima da era pré-industrial até 2030.

Ainda segundo o Le Monde, um memorando de entendimento entre o Ministério das Finanças da Libéria e a Blue Carbon foi celebrado em março. O contrato final, que prevê um compromisso de 30 anos, deve ser assinado nos próximos meses.

Um dos maiores produtores de petróleo do mundo, os Emirados Árabes receberão entre o final de novembro e a primeira quinzena de dezembro a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28).

Segundo uma minuta do contrato entre a Libéria e a Blue Carbon, à qual o Le Monde teve acesso, as partes pretendem aproveitar o evento para anunciar o acordo.

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Fonte: GAZETADOPOVO.COM.BR