20% da população de até 29 anos não estudava e nem trabalhava em 2022

20% da população de até 29 anos não estudava e nem trabalhava em 2022

Tânia Rêgo/Agência Brasil 20% da população até 29 anos não estudavam nem trabalhava em 2022

Em 2022, o número de jovens que não estavam estudando nem ocupados atingiu 10,9 milhões, equivalente a 22,3% da população entre 15 e 29 anos. Dentro desse total, as mulheres pretas ou parda compunham 4,7 milhões (43,3%), enquanto as mulheres brancas representavam menos da metade desse contingente, com 2,2 milhões (20,1%).

Além disso, 2,7 milhões (24,3%) eram homens pretos ou pardos, enquanto 1,2 milhão (11,4%) eram homens brancos. Esses dados foram divulgados nesta terça-feira (06), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).

“O indicador inclui simultaneamente os jovens que não estudavam e estavam desocupados, que buscavam uma ocupação e estavam disponíveis para trabalhar, e aqueles que não estudavam e estavam fora da força de trabalho, ou seja, que não tomaram providências para conseguir trabalho ou tomaram e não estavam disponíveis”, explica Denise Guichard, analista da  pesquisa.

A pesquisadora enfatiza que essa medida representa uma avaliação mais rigorosa da vulnerabilidade juvenil em comparação com a taxa de desocupação. Isso se deve ao fato de abranger aqueles que não estavam adquirindo experiência laboral ou qualificação, o que potencialmente compromete suas perspectivas ocupacionais futuras.

A diminuição no número de jovens que não estudam e não estão ocupados foi menos significativa do que a redução total de jovens, resultando na não consecução da menor taxa registrada na série histórica. As taxas mais baixas foram observadas em 2012 (21,8%) e 2013 (22,0%). A taxa registrada em 2022, de 22,3%, representa a terceira menor da série.

Trabalho doméstico mantém mulheres jovens fora do mercado de trabalho

4,7 milhões de jovens não buscaram emprego e não tinham interesse em trabalhar. Dentre esses, aproximadamente 2,0 milhões de mulheres mencionaram cuidados com familiares e tarefas domésticas como razão, enquanto 420 mil homens destacaram problemas de saúde como o principal motivo.

Ambos os sexos também mencionam o estudo independente como um dos motivos para não desejar trabalhar. Por outro lado, o grupo de jovens que manifestam o desejo de trabalhar totalizou 2,4 milhões, sendo que, para as mulheres, os cuidados e afazeres domésticos destacam-se como motivo principal para 553 mil jovens.

No entanto, a falta de oportunidades de trabalho na localidade afeta ambos os sexos, atingindo mais de 800 mil jovens nessa condição  (356 mil homens e 484 mil mulheres).

Do total de 10,9 milhões de jovens que não estão estudando e não estão ocupados, 61,2% encontravam-se em situação de pobreza, com uma renda domiciliar per capita inferior a US$ 6,85 por dia, enquanto 14,8% estavam em condição de extrema pobreza, com uma renda domiciliar per capita abaixo de US$ 2,15 por dia, conforme as linhas de pobreza estabelecidas pelo Banco Mundial. Na região Nordeste, 75,5% dos jovens nessa situação estavam na condição de pobreza, e 22,5% estavam em extrema pobreza.

As mulheres  pretas ou pardas representavam 47,8% dos jovens pobres e 44,7% dos jovens extremamente pobres, seguidas dos homens pretos ou pardos, dos quais 33,3% estavam na pobreza e 26,6% na extrema pobreza. Entre os homens pretos ou pardos, 20,2% eram extremamente pobres e 66,8% pobres.

Entre as mulheres pretas ou pardas, eram 15,3% e 67,7%, respectivamente, ressaltando que elas representavam quase a metade dos jovens pobres fora do sistema de ensino e do mercado de trabalho, 43,3%, somando 4,7 milhões de pessoas.

Fonte: ECONOMIA.IG.COM.BR