“iG foi pro espaço” estreia com análise sobre Laysa Peixoto

“iG foi pro espaço” estreia com análise sobre Laysa Peixoto

ReproduçãoGiovanna Hueb, editora de Redes Sociais do Portal iG


A estreia do quadro “ iG foi pro espaço ”, transmitido pelo Instagram do Portal iG nesta quarta-feira (18), teve como tema central o caso da jovem Laysa Peixoto, que viralizou ao afirmar que seria a primeira mulher astronauta brasileira, declaração posteriormente desmentida.


Participaram do debate os especialistas Pedro Pallotta, CEO do Space Orbit, e Luísa Santos, pesquisadora na área aeroespacial, que analisaram os impactos da repercussão na credibilidade do setor.

A mediação foi feita por Giovana Hueb, editora de Redes Sociais do Portal iG.

Durante a live, Pedro e Luísa compartilharam suas trajetórias profissionais e destacaram dificuldades enfrentadas na área espacial, como a falta de representatividade feminina, os altos custos de formação e a escassez de espaços educativos acessíveis.

Portal iG/YouTubeEstreia do quadro “O iG foi pro espaço” | Com Pedro Pallotta e Luísa Santos


“ Muita criança tem sonho de ser astronauta, tem esse fascínio pelo espaço, e achar um lugar bacana e educativo com relação a isso é muito difícil ”, comentou Pedro, que acompanha lançamentos de foguetes de perto e frequentemente viaja ao Texas para isso. Segundo ele, há semanas em que realiza de seis a oito voos apenas para acompanhar esses eventos e transmiti-los pelas redes sociais.

A pauta principal da live girou em torno da recente polêmica envolvendo Laysa Peixotoque declarou nas redes sociais ser astronauta por conta de uma viagem promovida pela empresa Titans Space.

A alegação foi questionada por especialistas da área, entre eles os próprios convidados do programa.

Pedro afirmou ter sido o primeiro a divulgar um vídeo explicando a inconsistência das informações. “ Eu fui o primeiro a trazer essa história e fiquei naquele negócio de ‘é sério mesmo que ninguém percebeu isso aqui?’ ”, disse. “ É um desserviço para a área espacial fazer isso. Tem gente que estuda pra caramba para ser astronauta, para qualquer área no setor espacial ”, completou.

Imagem / Redes SociaisPedro Pallotta é especialista em astronáutica e CEO do grupo Space Orbit, referência na cobertura de lançamentos espaciais no Brasil.


O divulgador científico ressaltou que a repercussão foi maior do que imaginava. “ Acabou virando uma pauta nacional… Quando fui ver, estava recebendo pedido de entrevista do Leo Dias ”, contou.

Ele apontou ainda que o caso se espalhou internacionalmente, chegando até portais da Índia.

“ As falas da própria Laysa são genéricas, tanto sobre o assunto quanto sobre a área como um todo ”, avaliou Pedro, destacando que a situação pode desincentivar jovens interessados em seguir carreira científica. “ Os pais dessas crianças vão falar: ‘isso aí é bobeira, ninguém vira astronauta, tá vendo a outra que falou e era tudo mentira’ ”, comentou.

Impacto na credibilidade e confiança no setor

Luísa também comentou os desdobramentos do caso e relatou ter sido silenciada por Laysa nas redes sociais. “ Nunca mais a vi e nunca pensei que teria desenvolvido alguma coisa a mais daquilo ali ”, disse.

Segundo a pesquisadora, a repercussão gerou frustração no meio acadêmico e entre cientistas sérios: “Eu fiquei muito, muito triste porque tomou proporções que infernizou as nossas vidas no meio de pessoas sérias que trabalham com isso”.

Ela ressalta a complexidade para se tornar astronauta, destacando os obstáculos enfrentados, como o preconceito de gênero e a dificuldade de financiamento. Segundo ela, “tenho muitos exemplos de colegas que estão nessa mesma meta e a gente passa por tantos problemas nessa carreira”.

Imagem/ Redes SociaisLuísa santos é specialista em sistemas aeroespaciais e pesquisadora de missões análogas no Brasil e nos EUA.


Para exemplificar, Luísa comenta que um de seus treinamentos custou cerca de USD$ 10 mil(aproximadamente R$ 54 mil na cotação atual), mostrando o alto investimento necessário para seguir nessa trajetória.

Luísa também criticou a postura da sociedade de endeusar instituições como a NASA sem senso crítico: “ O problema da gente é achar que tudo que sai dela é automaticamente certo. Isso está acontecendo muito nessa geração que acredita em influências sem buscar entender o processo por trás ”.

Ambos os convidados concordaram que a quebra de confiança causada pela história afetou outros profissionais, que passaram a divulgar seus currículos acadêmicos para comprovar sua atuação.

Luísa citou colegas que acreditam que o episódio “ vai virar uma história da qual riremos em dez anos ”, enquanto Pedro ironizou: “ Vai ser a história da astronauta de Taubaté repercutindo por um bom tempo ”.


Desinformação e consequências para o futuro

O debate também abordou as inconsistências nas alegações feitas por Laysa, que se apresentava nas redes como a “primeira brasileira a liderar uma série de experimentos científicos em gravidade zero”.

Segundo Luísa e Pedro, Laysa, na verdade, atuava em um programa educacional da NASA chamado L’SPACE. Ainda para demonstrar a incoerência da afirmação, citaram que mesmo brasileiros com anos de carreira e que participaram de grandes missões como a Perseverance e a Curiosity não foram líderes dentro dos projetos.

Luísa reforçou que essa visão idealizada dificulta a vida de quem realmente quer trabalhar como astronauta, pois “ pensam que vai ser rápido, que vai ser muito tranquilo ”. Aos 27 anos e no mestrado, ela comenta que ainda terá uma grande trajetória pela frente para conquistar seu objetivo: ” Sei que ainda vou trabalhar muito para um dia talvez me tornar astronauta “.

Pedro concluiu o caso destacando que a exposição do assunto cumpre um papel de responsabilidade pública, pois “ é a forma como a gente tem de evitar que isso se repita ”.

Ele ressaltou que a documentação em vídeo e o cruzamento de informações tornam esse um trabalho cívico importante para desmentir a história até o fim.

Fonte: ULTIMOSEGUNDO.IG.COM.BR

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