Fazendas de celulares: o que está por trás das curtidas falsas

Fazendas de celulares: o que está por trás das curtidas falsas

Andrey Matveev/UnsplashCelulares


Fazendas de celulares ou de cliques são operações, comuns em países de baixa renda, que geram engajamento artificial com curtidas, seguidores e visualizações pagas, usando bots ou pessoas para simular interações online, impulsionadas pela valorização das métricas digitais.

Por definição, uma  fazenda de cliques é qualquer estrutura que produz tráfego online em massa, seja como venda de interações digitais ou como empreendimento independente.

Elas oferecem desde seguidores em redes sociais e comentários em sites até tráfego para páginas web e tarefas repetitivas, como cliques em anúncios.

Embora sejam frequentemente ligadas a grandes galpões com fileiras de celulares, também existem operações menores, caseiras.

Onde estão e como funcionam?

Essas operações estão espalhadas globalmente, com registros em países como China, Índia, Taiwan, Vietnã, Rússia, Venezuela e até mesmo em nações como EUA e Suécia, segundo a empresa de segurança digital, Cheq Essencials.

Enquanto algumas empregam milhares de pessoas, outras são mínimas, usando poucos dispositivos. O trabalho é frequentemente complementado por bots, mais baratos para tarefas simples.

Durante a pandemia de Covid-19, a demanda por “trabalho remoto” impulsionou sites de ” pago-por-clique “, que distribuíram mais de US$ 13 milhões (cerca de R$ 72 milhões na cotação atual) a freelancers, muitos ganhando cerca de US$ 10 (cerca de R$ 55 na cotação atual) por dia, relata a Cheq Essencials.

Legalidade e riscos

Fazenda de cliques não são ilegais na maioria dos países, pois atividades como curtir posts ou seguir perfis não violam leis. Aplicam-se, porém, questões trabalhistas  como salários baixos, turnos longos e condições exploratórias.

Apenas operações vinculadas a crimes, como contrabando de celulares ou fraudes imigratórias, são alvo de ações policiais. Na Tailândia, um local que praticava a atividade foi fechado por uso de chips ilegais, não pelos cliques, segundo a Cheq Essencials.

Fraudes e impacto no mercado

Embora serviços básicos não sejam fraudulentos, as fazendas de cliques facilitam esquemas ilegais. Alguns anunciantes usam cliques artificiais para cumprir cotas de campanhas, enganando clientes.

Zack Shipman, da CHEQ Essentials, alerta: ” Se todos os usuários de Google Ads soubessem do impacto do tráfego falso, buscariam diagnóstico “.  E m 2 anos, a empresa registrou aumento de 300% em clientes preocupados com tráfego fraudulento.

Mesmo durante a pandemia, a atividade se manteve, com fazendas migrando para tráfego automatizado via bots.

Para Zack, a conscientização sobre fraudes aumentou, mas cliques falsos seguem ” tão valiosos quanto sempre “, especialmente em um cenário econômico frágil.


A “Internet Morta”

A chamada “ Teoria da Internet Morta ” voltou a ganhar espaço nos debates virtuais nos últimos anos. Segundo essa visão, desde cerca de 2016, boa parte do que circula na internet seria produzido por bots e sistemas de inteligência artificial, e não por humanos reais.

Essa teoria afirma que as interações humanas genuínas estariam sendo substituídas por conteúdos automatizados, criados para manipular comportamentos e impulsionar resultados comerciais.

Relatórios recentes, como o da Statista (2024), indicam que aproximadamente 47% do tráfego da internet é gerado por bots, sendo que 30% desses são considerados maliciosos, atuando na disseminação de fake news, golpes e polarização.

Práticas como o “ rage bait ”, que usa conteúdos provocativos para despertar raiva e gerar engajamento, tornaram-se comuns, muitas vezes associadas a campanhas de marcas como a plataforma de apostas Stake.

Além disso, a compra de selos de verificação no X impulsionou o uso de bots para inflar artificialmente curtidas e comentários, criando a ilusão de popularidade.

Embora o tom conspiratório ainda esteja presente em parte das discussões, os dados e episódios recentes mostram que a automação das redes é crescente, tornando cada vez mais difícil distinguir o que é autêntico do que é forjado online. 

Fonte: TECNOLOGIA.IG.COM.BR

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