Divulgação Modelagem de protótipos em clay são feitas nas novas instalações
A Renault está apostando pesado em sua nova estratégia internacional. Após ter apresentado o SUV Kardian e a picape conceito Niagaraa marca francesa inaugurou seu novo centro de estilo, o Renault Design Center Latam (RDCL), no complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, Paraná, onde o fabricante produz seus carros nacionais.
Embora o centro de estilo nacional tenha sido criado em 2006, sua localização era em São Paulo, SP. Somente agora foi fisicamente integrado ao pessoal das equipes de marketing, engenharia, manufatura e qualidade. É uma das quatro instalações de estilo da Renault no mundo inteiro.
São 1.220 metros quadrados de área, estrutura que inclui vários setores. Um indoor showroom design serve para a avaliação de modelos e protótipos, carros que podem ser vistos de vários ângulos graças ao uso de uma plataforma giratória de 360 graus e tela de alta definição de 216 polegadas, um sonho para qualquer fã de cinema.
Divulgação Plataforma giratória facilita a visualização 360º dos carros
O outdoor showroom design tem 500 metros quadrados de área, um perímetro coberto por muros altos, mas sem teto, uma vez que o objetivo é visualizar os protótipos em condições de luz natural e poder avaliá-los sob diversos ângulos e distâncias, facilitando o desenvolvimento de cores, entre outras tarefas.
O ateliê de maquetagem pode fazer protótipos em clay e materiais duros – como o usado na Niagara, uma vez que a argila teria derretido em ambiente de temperaturas não controladas, ainda mais no Rio de Janeiro, RJ, onde foi revelada É nessa fase que o design 2D é materializado em 3D.
Antes de se tornarem físicos, os conceitos e protótipos são desenhados e analisados com a ajuda de um estúdio de realidade virtual, ferramenta que utiliza óculos VR para acelerar e facilitar o processo de desenvolvimento.
Divulgação Um mega ambiente aberto permite visualizar melhor os carros
O creative lounge é usado para reuniões de brainstorm, criação de conceito e outros momentos em que as equipes de design se reúnem para discutir os projetos.
“A equipe hoje trabalha com ferramentas, exemplos da realidade virtual. Temos duas zonas de visualização que ganham tempo. Quando você não vê o carro de longe, você tem que ter muito trabalho, o carro fica por vezes meio que “deformado”, porque você fica olhando muito de perto, quando você olha na rua, muitos carros não foram vistos de longe. Então é um diferencial podermos ter um pátio para vermos de longe. Fora isso, a realidade virtual ganha muito tempo”, conta Daniel Nozaki, diretor de design do RDCL.
O designer comentou sobre os avanços proporcionados pelo novo estúdio e o que a mudança de São Paulo para o Paraná vai possibilitar. “A mudança é muito positiva porque a gente ganha o design de excelência. É ter eficácia no sentido de ser objetivo, não perder tempo, ir direto ao ponto, ter rapidez. Estando aqui, a gente está ao lado de todas as áreas que trabalham em conjunto, sejam industrial, qualidade, engenharia, marketing, produto, todas as áreas que participam do desenvolvimento do carro”.
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Vamos aos projetos apresentados pela Renault – os demais serão lançados até 2027. Por ora, temos o Kardian e a Niagara. Aproveitei para conversar com Daniel sobre a picape definida por ele como um manifesto das possibilidades da nova plataforma e também do que o estúdio é capaz de criar.
“A picape é um manifesto de design, mostra até onde essa plataforma permite chegar em termos aspiracionais de design, as proporções, as linhas e o quanto a plataforma tem flexibilidade”. Aproveitando a apresentação, o designer falou um pouco se é um desafio extra conceber um utilitário do tipo. “A picape já em si é muito conhecida, é muito clássica, então por anos não temos dificuldade. Eu desenhei muitas picapes, por sinal. A picape é um código conhecido, uma silhueta conhecida. O SUV é mais recente que o mercado teve como um todo que se adaptar”.
Voltando ao projeto do Kardian, o designer analisou como é o processo de projetar um SUV hoje em dia. “Talvez uns dez anos a 12 anos atrás tenha tido uma dificuldade, foi quando começou a onda “suvizadora”. De repente, a gente teve que começar a desenhar carros altos. Mas hoje é mainstream, chegou a um ponto que os carros são SUVs na tendência aspiracional, então, a gente tem essa facilidade”.
Fonte: CARROS.IG.COM.BR