Rondônia destaca-se como modelo para os outros estados na implementação de programa voltado à prevenção da Febre Aftosa

Comissão do Ministério da Agricultura e Pecuária analisou a aplicação do PVBR no estado e destacou os aspectos favoráveis.

 

O pioneirismo de Rondônia na implementação do Programa de Vigilância Baseado em Risco (PVBR), desenvolvido pela empresa Corb Science Solutions, que presta assessoria técnica ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), como estratégia de prevenção da Febre Aftosa, elevou o estado a condição de modelo e referência para as demais unidades federativas que desenvolverão o programa em suas regiões.

A aplicabilidade e a eficiência do PVBR, no que ele se propõe, que é a coleta de dados junto aos produtores rurais, com ações estruturadas para realização de vistorias e identificação das práticas de biosseguridade e fatores de risco, foram bem avaliados pela comissão do Mapa que esteve esta semana em Porto Velho, em visita técnica à Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron).

A reunião com a equipe do Mapa, composta pelo idealizador do PVBR, professor doutor Luiz Gustavo Corbellini, CEO da Corb Science Solutions, e pelos auditores fiscais federais Ana Carolina Fanhani de Arruda Botelho e Raphael Mattoso Victor, foi acompanhada por Elias Robles Soliz, da Superintendência Federal de Agricultura (SFA-RO) e por representantes do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas, estados que, no segundo semestre de 2023, implantaram o PVBR.

De acordo com Luiz Gustavo Corbellini, o diferencial do Programa de Vigilância Baseado em Risco é a possibilidade de os órgãos de defesa de cada estado poder, individualmente, identificar quais ações de defesa sanitária devem ser reforçadas, considerando a peculiaridade de cada região. “Uma das principais ações é a orientação aos produtores nas práticas preventivas, considerando que ele, neste momento, quando suspendemos a vacina contra a Aftosa, se torna o principal guardião de seu patrimônio”, acentua.

Sobre as atividades que compõem o escopo do PVBR, o professor doutor explica que o Brasil precisa manter o status de livre de aftosa, seguindo para a retirada da vacina em todos os estados, por isso é importante que as regiões mostrem que as ações preventivas estão sendo realizadas, considerando ainda o bem estar animal e a proteção do rebanho, destacando principalmente a biosseguridade e práticas preventivas.

Falando sobre o programa, o governador do Estado, Marcos Rocha, destaca que, nas regiões livres de Febre Aftosa sem vacinação, agora que foi finalizado o primeiro ciclo do PVBR. “Rondônia está adiantada. É o único estado onde já foi realizado o terceiro ciclo do programa, com visita a mais de nove mil propriedades rurais, entre junho de 2022 e dezembro de 2023. Ou seja, nosso estado está servindo de protótipo, de modelo para construção de painéis para aplicação em todo o Brasil”, enfatiza.

Na avaliação da auditora fiscal federal Ana Carolina Fanhani, para a manutenção do status de livre de febre aftosa, o Brasil precisa padronizar as ações de vigilância após a retirada da vacinação, iniciando pelas áreas que já não vacinam contra a doença, o que é o caso de Rondônia. “Essa padronização existe em todos os estados que suspenderam a vacina e no Distrito Federal. O Amazonas, por exemplo, que já tem municípios reconhecidos como livres de aftosa sem vacinação, também está envolvido no programa, bem, como o Acre, que suspendeu a vacinação ao mesmo tempo que Rondônia”, explicou.

Em breve análise sobre o desenvolvimento das ações do PVBR em Rondônia, Ana Carolina Fanhani afirmou que a implementação do programa foi muito bem sucedida e que a equipe do Mapa teve um bom feedback, tanto dos servidores da Agência Idaron quanto dos produtores que responderam aos questionários. “Agora, os dados serão analisados para melhor direcionamento das ações que devem ser adotadas pelas agências de defesa sanitária e pelo Mapa”, enfatiozu.

Responsável pela coordenação das ações do PVBR em Rondônia, o médico veterinário Márcio Petró diz que, de certa forma, o Programa é uma inovação no sistema de vigilância realizada pela Idaron contra a Febre Aftosa.

“Falamos de inovação porque estamos, entre outras coisas, buscando aprimorar o mapeamento dos fatores de risco das propriedades, além de reforçar a parceria com os produtores do estado. Visto que, mais do que nunca, os produtores cumprem um papel primordial no processo de vigilância numa área livre da Febre Aftosa sem vacinação. Desse modo, o PVBR traz uma metodologia estratégica, centrada no conceito da responsabilidade compartilhada entre os atores dessa vigilância”, destaca. Márcio Petró acrescenta que os produtores rurais entenderam e colaboraram com o trabalho realizado pela Idaron nos ciclos já realizados do PVBR.

Importante destacar que esse modelo de vigilância segue em todos os estados livres de Febre Aftosa sem vacinação. O projeto é a ampliação para todos os estados à medida que haja a suspensão da vacinação contra a doença.

Fonte: Idaron