Linguagem do amor: como saber que o seu pet te ama

Linguagem do amor: como saber que o seu pet te ama

Samson Katt/Pexels Demonstrações de amor devem ser feitas no dia a dia, e os pets sabem como retribuir

Uma  pesquisa realizada nos Estados Unidos buscou descobrir a linguagem do amor de cães e gatos para identificar como os tutores demonstram seu afeto pelos pets e como identificam que os animais retribuem esse sentimento, em uma relação mútua no dia a dia de uma “ família pet ”. Para isso, foram entrevistados 2 mil tutores de cães e gatos.

Os pais e mães de pet relataram algumas das principais formas de nutrir essa conexão com seus “filhos de quatro patas”. Para os entrevistados, os meios para demonstrar afetos aos seus animais são feitos por atitudes comuns do cotidiano, como acariciar, abraçar, beijar e oferecer tempo de qualidade — como deixar que o pet durma na cama, além de passeios ao ar livre e uma alimentação de boa qualidade com uma dieta variada.

Ainda de acordo com a pesquisa os tutores afirmam que é possível identificar o quanto os animais os amam por meio de sinais ou “linguagem do amor”, o que se reflete na maneira como os pets os acompanham pela casa, — quando como querem dormir ao lado dos tutores na cama —, os “lambeijos” e as brincadeiras.

O Canal do Pet conversou com especialistas em comportamento de animais e tutores que falam sobre essa relação entre pet e tutor. De acordo com a médica-veterinária Juliana Aguiar, da Dr. Hato, as expressões mais comuns dos cachorros para demonstração de carinhos e amor  por seus humanos são: lambidas, abanar o rabo, serem bem alegres e responsivos na chegada do tutor em casa após um dia de trabalho, querer estar junto, dormir junto, entre outros. “Todos esses comportamentos demonstram carinho e afeto pelo tutor”, diz Juliana.

Reprodução/freepik Tutores de pets brasileiros ocupam o segundo lugar de mais felizes do mundo, segundo um estudo recente

No caso dos gatos, a especialista em felinos, Raquel Santos, comenta que estes também podem demonstrar amor e afeto pelo tutor de diversas maneiras: “Seja quando eles começam a passar e se esfregar nas nossas pernas, ou quando eles começam a ‘dar cabeçadas’ em nossas mãos pedindo carinho.”

“Os gatos demonstram afeto quando piscam lentamente para os seus tutores, e, isso também pode ser uma demonstração de confiança. Quem nunca se sentiu querido quando um gatinho escolheu seu colo para se deitar? Então, quando eles buscam a sua companhia, permanecendo próximos, deitando-se no colo e até mesmo nos lambendo, pode ter certeza de que ele nos ama”, garante a especialista. 

Muitos tutores também acreditam que seus pets os veem como seus melhores amigos, o que é recíproco. Já outros dizem que veem seus animais como seus filhos e acreditam que os pets os veem como seus pais. Segundo Juliana, “os cães podem ver os tutores como uma figura materna ou paterna a depender do vínculo afetivo com esse tutor, da personalidade do animal e do tipo de criação.”

Mikhail Timofeev/Pixabay Os felinos são animais muito carinhosos e companheiros, buscam estar sempre por perto de seus humanos favoritos

A veterinária explica que “animais que são considerados filhos provavelmente verão seus tutores como pai e mãe, pois são criados de uma forma mais íntima de cuidado, sendo até humanizados”, ressaltando que essa antropomorfização nem sempre é algo positivo. “Em alguns casos, pode até desenvolver dependência emocional.”

Raquel diz que, de acordo com alguns estudos, “acredita-se que os gatos enxergam seus tutores como outros gatos, ou seja, como um ser a sua semelhança e não como uma figura paterna ou materna.”

“Porém, é sabido que muitos gatinhos agem diferente com cada pessoa da casa, ‘escolhendo’ aqueles que irão obedecer mais, ou que serão mais carinhosos, ou que não irão gostar, podendo até serem mais agressivos”, diz Raquel ao Canal do Pet .

“Acredito que esse comportamento ocorra diferente dos cães, até pelo próprio tempo de domesticação, que nos gatos é muito menor do que o tempo de domesticação dos cães.”

Como demonstrar ao seu pet que você o ama?

Reprodução/freepik Cuidar de um pet é algo gratificante para seus tutores

“Nós, tutores, podemos demonstrar amor e carinho por nossos animais de diversas formas: além da demonstração afetiva como beijos, abraços, deixar dormir na cama e subir no sofá, também podemos agradar com petiscos, levar para o passeio e até mesmo passar o dia em uma creche para recreação”, comenta Juliana Aguiar. “A verdade é que essa relação de afeto é mútua e faz bem para ambas as partes! Carinho e amor nunca são demais!”

Para Raquel Santos, “uma forma de demonstrar amor e carinho para as minhas gatas, é quando passamos um tempo juntas. Cada gatinho gostará de uma coisa, mas as minhas adoram quando eu as escovo, sempre dizendo o quanto são lindas. Ou então, elas amam quando elas podem dormir no meu colo e adoram nosso momento de brincar, principalmente de bolinha de papel.”

Raquel continua: “Acredito que o retorno da parte delas é quando veem correndo me encontrar na hora que eu chego do trabalho, ou quando se sentem confortáveis e ficam sempre por perto. Apesar dos gatos terem seu jeitinho peculiar, eles podem nos amar muito, só depende da gente.”

As formas de demonstrar amor pelo pet na prática

O Canal do Pet conversou com Hevelin Santos, tutora do gato Jack e da cadela Charlotte, e o casal Rodrigo dos Santos Oliveira e Kamila de Sousa Cavalcante, tutores do cãozinho Monstro. Eles contam sobre suas relações com seus “filhos de quatro patas”.

“Me esforço para dedicar um tempo no meu dia apenas para brincadeiras, mimos e carinhos. Sempre que possível, enquanto trabalho”, diz Hevelin. Para ela, é essencial oferecer alimentação de qualidade e em horário fixo: “Me esforço para dar sempre o que eles precisam, desde ração a abrigo — físico e emocional.”

Para Rodrigo e Kamila, a melhor forma de demonstrar amor são “os carinhos e afagos atrás da orelha e nas costas, próximo ao rabo”. Rodrigo diz que “esse é o ponto que ele [Monstro] mais gosta. Além de deixá-lo dormir na cama e com o ventilador ligado quando fica sozinho, pois, mesmo com boa ventilação [do ambiente], ele gosta de se deitar onde pode receber vento.”

Para o casal, a alimentação também é um ponto imprescindível. “Não apenas pela necessidade dermatológica dele, que necessita de uma alimentação regulada, mas para que tenha sempre comida de qualidade.”

Amor dado, é amor recebido

“O Jack pede colo e me segue, dorme agarrado [em mim] e ronronando”, diz Hevelin sobre o gatinho. “A Charlotte vem sempre correndo, pulando me mordendo [carinhosamente] e me trazendo um brinquedo. Ela se deita junto, sempre com a pancinha virada para receber carinho.”

Rodrigo Oliveira/Arquivo Pessoal Monstro é o ‘filho pet’ De Rodrigo e Kamila

“O Monstro demonstra o seu amor, com muita festa e ‘lambeijos’ quando chegamos em casa”, conta Rodrigo. “Ao se deitar próximo dos nossos pés e agora, com a minha esposa grávida, ele gosta de se deitar próximo da barriga dela. Além de ele sempre acompanhar quem estiver andando em casa, seja para ir à cozinha ou ao banheiro.”

Pais e mães de pet

“Eu os vejo como filhos”, diz Hevelin. “Eles dependem de nós para alimento, cuidados veterinários e atenção. Não se dedica tanto da sua vida assim para um amigo.”

Hevelin Santos/Arquivo Pessoal Jack e Charlote

Ela continua: “Acredito que eles entendem como relação de mãe e filho, pois a forma de pedir e retribuir esse amor é nitidamente elevado quando se fala em nível de devoção a amigos. Afinal, o seu gato nunca levou uma barata de presente para você se alimentar? [risos]. Ou em um dia de febre, em que eles se deitam ao lado da sua cabeça, como se tivesse te curando.”

“Creio que tenho a responsabilidade de cuidar, educar e zelar tal como um pai com seu filho, mas são nos momentos mais calmos que vemos que a relação de amizade fica mais latente”, aponta Rodrigo.

Ele acrescenta: “Quando estamos tristes, ele se aproxima e fica quieto, como se estivesse nos confortando. E, nos momentos de alegria, ele também demonstra isso, com latidos, rabo batendo como um espanador e pulos de alegria.”

Em pesquisa realizada por uma marca de alimentos pet norte-americana, 69% dos tutores entrevistados afirmaram que sacrificariam a sua própria dieta para fornecer alimentos de melhor qualidade aos seus animais de estimação.

“De fato sigo a linha premium e horários regrados para eles, além de adaptações para dias quentes ou frios. Jack, por restrições alimentares, precisa de uma dieta especial, recomendada pelo médico-veterinário”, diz Hevelin, que ressalta: “Não cuido tanto da minha própria alimentação.”

“O Monstro tem problemas dermatológicos e isso faz com que sua alimentação seja com ração hipoalergênicao que torna mais difícil oferecer variações na alimentação”, conta Rodrigo. “Mas, se olharmos para os preços de rações comuns e rações especiais, eu diria que gastamos com ele muito mais do que conosco, em relação preço-qualidade.”

Observar o pet no dia a dia

Quando se fala em saúde dos animais, o indicado é sempre que o tutor observe seu pet para, eventualmente, notar alterações físicas e/ou de comportamento. Essa é uma forma de identificar possível sinais de doenças e garantir que o animal seja cuidado por um veterinário antes que um problema se torne grave.

Hevelin afirma que está sempre atenta à pelagem, ao hálito, e observa até a condição das fezes dos pets. “Estou sempre atenta à pelagem, ao bafinho, cocô, tempo de sono, e demais possíveis sintomas, em ambos [Jack e Charlote]. Mesmo que somente o Jack tenha problemas de saúde.”

Rodrigo também está sempre de olho na saúde de seu pet. “A condição física dele faz com que precisemos dar maior atenção para certas condições, como o quanto ele se coça, se a pele está irritada, entre outras”, finaliza.

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Fonte: CANALDOPET.IG.COM.BR