Termina a colheita de soja na microrregião de Cerejeiras; produtividade surpreende agricultores, que enfrentaram pandemia e clima ruim

Termina a colheita de soja na microrregião de Cerejeiras; produtividade surpreende agricultores, que enfrentaram pandemia e clima ruim   Folha do Sul Online

 
Preços excelentes no mercado de grão também animaram produtores
 
A última colheitadeira acaba de ser desligada na microrregião de Cerejeiras. Mais uma colheita de soja, a safra 2020/2021, acaba de chegar ao fim, após um período de imensos desafios.
 
“Enfrentamos pandemia e incertezas no clima. Mas conseguimos concluir mais uma safra na região”, diz o presidente do Sindicato Rural de Cerejeiras, Jair Roberto Gollo.
 
Ainda de acordo com o presidente do sindicato, a produtividade da oleaginosa na microrregião foi satisfatória. “Com os produtores que tenho conversado, eles estão contentes com o resultado”.
 
O resultado satisfatório se explica pela seguinte razão: começou a chover muito tarde no período de plantio e as poucas chuvas que vieram entre outubro a dezembro foram espaçadas e irregulares.
 
Este estresse climático empurrou o plantio da soja para mais tarde, o que causa mais incertezas na produção.
 
“Apesar dos problemas climáticos, a soja se recuperou bem e apresentou boa produtividade”, disse o agrônomo Antônio Neres, assistente técnico da Copama, cooperativa que reúne produtores do grão. “A soja é uma planta que até gosta de certo estresse climático. Ela precisa de chuva na germinação, mas depois suporta um pouco de seca e até é beneficiada com isso”, explicou o agrônomo.
 
Foi o que aconteceu na lavoura do agricultor Airton Camillo, do município de Cerejeiras, por exemplo. Apesar de todos os problemas climáticos, o produtor teve uma produção boa. “Graças a Deus, dá para dizer que a safra foi excelente. A produtividade foi boa e foi a primeira colheita que não tive grão avariado”, disse o agricultor, referindo-se a ausência de grãos danificados, o que faria perder o valor comercial da produção.
 
O produtor Claudiney Demarco, cuja foto ilustra esta reportagem, também está feliz com os resultados da colheita. “Foi uma safra com o início bem complicado, mas quem se valeu de uma tecnologia adequada teve bons resultados. Para nós, foi uma produtividade dentro da realidade para a região”, explica o produtor.
 
De acordo com um levantamento feito pelo FOLHA DO SUL ONLINE, a produtividade média nesta safra na região de Cerejeiras foi de 65 sacas por hectare. Entretanto, houve produtores que fizeram investimentos pesados em tecnologia e em adubação de solo, e conseguiram atingir números mais expressivos, na casa dos 75 sacas e, em casos mais extremos, foram até identificados talhões com 80 sacas por hectare.
 
Segundo dados da Idaron, a região de Cerejeiras, como um todo, produziu mais de 160 mil hectares do grão, sem contar os municípios de Chupinguaia e Vilhena. Mas há analistas que afirmam que a área plantada é maior, na casa dos 180 mil hectares.
 
Uma novidade na microrregião de Cerejeiras nesta safra é que mais um secador, de tamanho e capacidade expressivos, começou a operar no município. A unidade de processamento e armazenagem de grãos da Copama foi inaugurada em dezembro de 2020 e operou dos dias 20 de janeiro a 08 de abril deste ano, ininterruptamente.
 
Outra novidade foi o preço da soja, cuja cotação ultrapassou todos os limites de previsão. Saiu da casa dos R$ 75,00 na safra anterior para até R$ 150,00 atualmente.
 
A safra 2020/2021 de soja na microrregião de Cerejeiras enfrentou um desafio inédito, segundo avaliação do setor. “Tivemos um problema de logística das trades, com blackout completo. Isso trouxe muitas dificuldades para toda a cadeia logística do agro, como a formação de filas nas trades e a falta de caminhões, dentre outros problemas”, diz o presidente da Copama, Fabio Andreazza.
 
Mas os problemas de logística foram em parte amenizados na microrregião de Cerejeiras. Ainda de acordo com o presidente da Copama, o secador da cooperativa, que começou a operar nesta safra, ajudou os produtores rurais a liderem com esses problemas. “Os cooperados da Copama não tiveram problemas de logística. Todo produtor cooperado descarregaram sua carga de soja no secador da cooperativa sem fila”, afirma Andreazza.
 
 
 

Fonte: FOLHADOSULONLINE.COM.BR